7.6.08

A esquerda de 6ª à noite

Foi anunciado um debate sobre o estado actual da esquerda, única razão pela qual parei para ver um programa cada vez menos estimulante. Sem o senhor do lacinho, Ricardo Costa só podia surpreender pela positiva, o que não aconteceu.

António Costa Pinto fez o seu papel e Vitalino Canas esteve, felizmente, um pouco menos igual a si próprio do que seria de temer, depois dos dislates dos últimos dias. Quanto aos dois opositores – Joana Amaral Dias, pelo Bloco, e Paulo Fidalgo, pelos Renovadores – foram isso e só isso: opositores. Fosse o tema do programa «o estado actual da direita», tivessem lá estado um duque do PSD (para não lhe chamar barão) e uma qualquer dama de honor do CDS e os argumentos contra o governo só teriam sido diferentes em alguma terminologia.

Ainda esperei por cinco (vá lá, três) minutos com algum cheirinho a ideologia – mas nem ideologia, nem alecrim, nem manjerico mesmo em tempo dele.

Com este programa «de referência», estamos portanto conversados. E que venham dez «Quadraturas do Círculo».

7 comments:

Anónimo disse...

Aquela Joana Amaral é irritante. Só dizia banalidades e estava sempre a interromper. Fazia o retrato, simples, da situação, mas soluções...nada. Que debate triste e pobre. O moderador foi pequenito.

Joana Lopes disse...

Eu já nem pedia soluções, mas sim convicções.

Jorge Nascimento Fernandes disse...

Obrigado pela sua intervenção no Blog do Fernando. Mas parece-me que o Fernando ficou satisfeito com a minha saída. Portanto, as coisas ficaram esclarecidas.
Quanto ao que se passou ontem no debate envio-lhe, com pequenas alterações, o e-mail que enviei a um dos intervenientes, o Paulo Fidalgo, e que me parece que reflecte o que ontem se passou

Nem o Paulo Fidalgo, nem a Joana Amaral Dias são profissionais a tempo inteiro da política. Vitalino Canas está no Parlamento, é porta-voz do PS. Todos os dias, tem que tratar destes assuntos. Mesmo que não estude muito os dossiers, por força das circunstâncias eles vêm-lhe parar à mão. A sensação que deu o debate foi que Joana Amaral Dias, não tinha mais nada que dizer do que falar do provedor do trabalho temporário. Foi quanto a mim um disparate. O Paulo Fidalgo encostou à parede o Vitalino Canas quando lhe falou que o PS não foi capaz de gerar crescimento económico e da necessidade do sector público ser a locomotiva do desenvolvimento, mas depois a ideia perdeu-se, o porta-voz do PS regressou ao que vinha a dizer do princípio, afirmando que o investimento público aumentava o deficit e aí ficaram os dois embaraçados. Penso, por isso, que o combate foi desigual, entre alguém bem preparado e dois representantes da esquerda mais habituados a discutir ideias gerais.

Joana Lopes disse...

Jorge,
Quanto aos seus problemas com o Fernando, já disse o que tinha a dizer - ou talvez mais do que devia.

Quanto ao «debate», nem sei se foi por não estarem preparados - embora concorde que não estavam. Os entrevistadores são péssimos e quem lá vai tem de ter muita estaleca para saber o que está ali a fazer e discutir com pés e cabeça. E estes não tiveram.

Jorge Nascimento Fernandes disse...

Estou perfeitamente de acordo consigo. Os entrevistadores, principalmente o Ricardo Costa, são uma lástima. O Ricardo Cota neste último programa, no princípio, até parecia que gaguejava. E o programa em si, exceptuando uma vez ou outra, raramente tem interesse. De facto é muito melhor a Quadratura do Círculo.

Anónimo disse...

Ó Joana
Desculpe não lhe parece que:-só convidaram os arredores da esquerda?
Sendo assim não percebo porque falam de Esquerda!
Desta vez já fiz uma afirmação!

Joana Lopes disse...

Arredores? Não, não estou de acordo.