O Parlamento Europeu aprovou ontem a directiva sobre as condições de retorno de imigrantes aos seus países de origem.
Vem em todos os jornais, tudo parece dito, mas importa reforçar. É o «símbolo de uma Europa que se considera cidadela atacada pela miséria do mundo», lê-se em Rue89.
Era isto que queríamos, que imaginávamos? Fecha-se, se não a sete pelo menos a quatro ou cinco chaves, um território retalhado para que nele só entrem os bem trajados? É com um Tratado cabalístico, com ou sem o Não irlandês, que se resolvem estes e outros problemas?
Indignação, tristeza, falta de horizontes, apagamento de ideais.
P.S. - Leia-se este texto de Ana Gomes, escrito antes da votação no Parlamento Europeu. As emendas que refere não foram introduzidas.
Vem em todos os jornais, tudo parece dito, mas importa reforçar. É o «símbolo de uma Europa que se considera cidadela atacada pela miséria do mundo», lê-se em Rue89.
Era isto que queríamos, que imaginávamos? Fecha-se, se não a sete pelo menos a quatro ou cinco chaves, um território retalhado para que nele só entrem os bem trajados? É com um Tratado cabalístico, com ou sem o Não irlandês, que se resolvem estes e outros problemas?
Indignação, tristeza, falta de horizontes, apagamento de ideais.
P.S. - Leia-se este texto de Ana Gomes, escrito antes da votação no Parlamento Europeu. As emendas que refere não foram introduzidas.
5 comments:
Mas alguém no seu juizo perfeito poderia aceitar um número infinito de migrantes dentro da Europa sem esperar que as populações mais autóctones se indignassem com esta ocupação de desempregados e de sem profissão?
Este caminho levaria, como já aconteceu há pouico tempo em Itália e movimentos desumanos sobrte refugiados ciganos...
Tudo isto seria em breve utilizado pela direita, contra a esquerda que apela ao suicídio colectivo.
A Europa é finita nos seus recursos e deve cuidar da sua sobrevivência até para poder continuar a cooperar com outros países nomeadamente com as suas ex-colónias.
O cavaleiroandantismo e o voluntarismo extremado nunca chegaram a lado nenhum.
Digo isto do alto da minha experiência de muitos e muitos anos de trabalho como cooperante voluntário em África.
MFerrer
http://homem-ao-mar.blogspot.com
Percebo perfeitamente as suas observações que agradeço. Claro que ninguém, «no seu perfeito juízo», defende que não haja qualquer regulamentação.
O que está em causa é ESTA directiva, tal como foi aprovada.
Cito uma passagem do texto de Ana Gomes, cuja leitura recomendei:
«Era sobre a legalização de emigrantes e a imigração legal que o Conselho de Ministros devia sobretudo cuidar de legislar, em vez de se preocupar tanto com o "retorno" - que em muitos países, como Portugal, não se concretiza, mesmo se decretado judicialmente, o que significa estimular a ilegalidade e marginalidade.»
A Europa está a sofrer o efeito de ter provacado nos seus vizinhos do sul, Africanos, uma descrença total no seu continente e nos seus dirigentes, criminosos estes, apoiados pelo paternalismo pós independências.
Falar em direita ou esquerda nesta altura do campeonato?
Neste momento a Europa não passa de um continente caduco à beira de uma enorme favela (áfrica).
Só falta agora, fazer maiores asneiras do que aquelas pseudo-independências dos anos 60. O "cooperante" mferrer sabe muito mais do que aquilo que disse.
Cumprimentos
Mas a legalização dos imigrantes, está mais do que legislada em todos os países da UE.
Ana Gomes, por muita consideração que tenha por ela,não fala disso.
Ela neste caso ataca frontalmente os países como a Alemanha, a Itália, ou a França onde a realidade dos imigrantes ali chegados é em si própria completamente diferente em todos os aspectos. Seja quanto ao nível de integração nas sociedades locais, seja ao nível da escolaridade "à partida". Por muito que humanamente nos custe, não se pode comparar uma população profissionalmente habilitada de origem por exemplo sul-americana com outro grupo originário dos Balcãs, mas sem qq qualificação profissional, ou outra ainda proveniente da Ibéria, mas também com baixa escolaridade, e por aí fora...
A tentativa de tratar de forma igual o que é de facto diferente está condenada ao fracasso.
A velha Europa tem absoluta necessidade de gente jovem e não pode perder isto de vista ou, pura e simplesmente desaparece o Estado Social, que alguns dizem defender em abstracto, mas que condenam no concrecto, com políticas demasiado paternalistas e de "mauvaise conscience" àcerca do passado colonial de que a próxima geração de europeus não deve continuar prisioneira.
Não quero estar aqui a fazer qq exibição de sabedoria que não me vai ao feitio, mas já agora peço desculpa para lembrar ALbert Memmi e o seu "Retrato do descolonizado"
Faz bem ao nosso amor próprio de ex-colonialistas, mas permite compreender as ameaças escondidas dos descolonizados, seja nos seus países de origem, seja nos de acolhimento!
MFerrer
Já agora não sería mais eficaz uma muralha, tipo"Muralha da China, como os Israelitas estão a fazer, com os Palestinianos ,e os americanos estão a fazer na fronteira com o México?
Começo a sentir-me triste pelo facto de ser Europeu, e por saber através da história, que os europeus foram durante séculos colonizadores, saqueadores das matérias primas, em Africa, américa do sul ,Ásia, investindo nesses Continentes, apenas o indispensável, para poderem manter a exploração, eu pergunto:-onde estão os tão apregoados direitos humanos a solidariedade, blá blá blá.
A Europa tem; ou devia ter o dever moral, de colaborar com programas mais eficazes, para minimizar, a angústia, desses povos!
Enviar um comentário