27.10.08

Tribos horrorizadas

«Controlando e elevando os instintos básicos do ser humano, a civilização consegue maravilhas, realizando até impossibilidades práticas, como o casamento, democracia, matemática, ópera ou doçaria regional.(...) Infelizmente de vez em quando aparecem uns políticos que, descobrindo com surpresa aquilo que toda a gente sempre soube, decidem usar a lei para atacar a civilização.
As nossas atitudes perante divórcio e promiscuidade, aborto e eutanásia, pornografia e prostituição horrorizariam até a tribo mais primitiva.»

Acredite que nós também nos horrorizamos, dr. César das Neves. Nas manhãs de 2ª feira - fatal como o destino.

18 comments:

dr maybe disse...

eu fiquei assim como o primitivo da foto, de queixo caído.

Anónimo disse...

O que é que a horroriza neste artigo (além da fotografia que colocou a ilustrar)?

Joana Lopes disse...

Julguei que tinha sido clara, caro Nuno Gaspar: horroriza-me que CdaN ache que até uma «tribo primitiva» se horrorizaria com «atitudes perante divórcio e promiscuidade, aborto e eutanásia, pornografia e prostituição», que, pelo que conheço do seu pensamento, são certamente as minhas.

Anónimo disse...

Nem eu, acho que nem você, nem CdaN, nem ninguém vê «o divórcio e promiscuidade, aborto e eutanásia, pornografia e prostituição» como actos e comportamentos a promover na sociedade. Porque havemos de defender leis que os promovem e facilitam em vez do contrário?

Shyznogud disse...

Pois eu, Nuno Gaspar, não vejo é porque diabo «o divórcio e promiscuidade, aborto e eutanásia, pornografia e prostituição» devam ser proibigos ou dificultados...não tenho nenhum problema em aceitar qqr destas coisas (apesar de achar q é uma amálgama deveras estranha). Mas parece q o Nuno tem, porquê, já agora?

Anónimo disse...

shyznogud (seria simpático identificar-se):
Não é indiferente.
Sempre achei que o grau de civilização de uma sociedade se mede pela forma como os mais fortes se relacionam com os mais frágeis. Se a lei não estiver orientada para proteger estes para que serve?
Por isso, sim, sinto algum arrepio ao observar tanta preocupação em remeter apenas e só à consciência de cada um algumas «destas coisas».

Anónimo disse...

desculpem o mau jeito de me meter aqui no meio (até porque já pouco me horrorizo com o das neves mais as suas colheradas aos males da humanidade que metem tudo sem critério no mesmo saco), mas não resisti a gargalhar com o "seria simpático identificar-se."

dr maybe disse...

pois a mim o que me horroriza são as noções de civilidade do homem das neves. o que é uma tribo primitiva (de onde, de que época, etc), se césar das neves não se horroriza com atitudes para com o casamento, divórcio, eutanásia, pornografia e prostituição de certas tribos primitivas. tipo aquela tribo no vaticano, a da inquisição, da negação de descobertas científicas ao longo do últimos 500 anos, do colaboracionismo com o nazismo, etc.

Shyznogud disse...

Ui, conversas de identificação comigo não pegam, meu caro. Mas isso são outras novenas... e o que é que essa conversa sobre fortes e fracos tem a ver com os temas referidos? Deixe-me ver, uma mulher ou um homem q conscientemente e por opção própria resolvam que a prostituição é um modo de vida que lhes convém são fracos em quê? e os exemplos podiam continuar.

Shyznogud disse...

pois, joão, eu também me ri... nem podia vir mais a propósito de conversas recentes, n'est pas?

Joana Lopes disse...

Nada melhor do que ver as conversas passar por aqui sem entrar.
Mas vou fazê-lo, antes de mais em relação ao último comentario do Nuno Crato. As leis devem proteger os mais fracos, sim. Quem são eles?Quem tem um casamento infeliz e quer acabar com ele, quem não pode/não quer ter (mais) filhos, quem quer morrer porque não aguenta mais, etc., etc.

Dito isto, o Nuno Crato tem todo o direito de pensar que os mais fracos são outros e exprime-o civilizadamente. E eu não lhe chamo «primitivo», como faz CdN em relação a mim.

Joana Lopes disse...

Quanto aos anonimatos e pseudónimos: eu que nisto tenho uma posição diferente da Shyznogud (nalguma coisa havia de ser...)e que não me vejo a usá-los, não sei por que razão é para aqui chamada.
Se clicar aqui no «nome» dela e ler o blogue onde irá parar, saberá muito mais sobre o que ela pensa do que ela sobre si pelo simples facto de assinar com o seu verdadeiro nome (assumo que o faz, evidentemente). Se há pessoa «identificada»,é ela! Idem para o dr. maybee, aliás.
Coisas da blogosfera...

dr maybe disse...

bem, por acaso nunca em posts ou comentários liguei o meu nick ao meu nome, mas é em parte acaso e em parte porque me prefiro. não tenho no entanto qualquer problema em o fazer, como aliás o faço quando me é pedido o email.

Anónimo disse...

além das conversas recentes que acentuaram a gargalhada e do que cada um pensa sobre o tema, quem não está aqui "identificado" sou eu e o nuno.

Joana Lopes disse...

Vocês estão a lixar-me porque vou gravar hoje uma charla para o rcp sobre anonimatos e já tenho de ir rever o texto!

Anónimo disse...

Joana:
Não me chame Nuno Crato. Não sou. E obrigado pela explicação dos nomes.
Registo o contraste entre a delicadeza das suas palavras (entre outras coisas, por isso acho o seu blog muito interessante) e a de alguns outros que, em poucas frases se percebe, chegam a certos temas com paus e pedras nas mãos.
Todos sabemos muito bem onde estão as situações de fragilidade humana. Por exemplo, a vida quando começa e quando acaba é necessariamente mais frágil. Entregar a priori o indivíduo ao «conscientemente e por opção própria» a toda e qualquer vontade é pobre.

Joana Lopes disse...

Nuno GASPAR, desculpe,sff: o Crato saiu por uma acto falhado (sei lá porquê), é o da Matemática que não conheço senão como figura pública.

Quanto ao resto, obrigada pelas suas palavras e a divergência de opiniões é saudável.

Já agora: se, com «paus e pedras na mão» está a referir-se às três outras pessoas que têm andado nessa conversa, posso dizer-lhe que, entre mim e elas, há diferenças de estilo que têm a ver, provavelmente, apenas com idade. Melhor ou pior, conheço-os «ao vivo e a cores», podia ser mãe de qualquer deles, talvez avó de um ou dois. Garanto-lhes que não andam a apedrejar ninguém por este mundo - nem uma mosca...

Shyznogud disse...

Caríssimo Nuno, que eu desse por isso ninguém aqui foi rude, apenas assertivo na parte séria da conversa e gozão na q assim o justificava. Reconheça q é preciso ter um certo topete para se sair com a do "seria simpático identificar-se" ainda por cima numa "casa" que não é sua.