8.11.08

Hoje, com Edmundo Pedro
















O almoço, que reuniu cerca de duzentas e cinquenta pessoas que festejaram o seu 90º aniversário, está a ser largamente noticiado.

Já esta manhã, o jornal Público dedicara ao acontecimento duas páginas que copiei na íntegra. Merece uma especial atenção o texto que tem como título: «À espera da retractação de Eanes, 33 anos depois». Como é do conhecimento geral, Edmundo Pedro esteve envolvido num complicado processo relacionado com detenção de armas, em 1975, razão pela qual foi detido três anos mais tarde, mantendo-se na prisão durante seis meses.

Ramalho Eanes não esteve presente no almoço, mas a reabilitação desejada foi feita por Vasco Lourenço: «Hoje compreendo bem o que se passou (...). Estou em condições de afirmar que o Edmundo foi vítima dos que precisaram dele e mais tarde lavaram as mãos (...). É justo que se diga que não se tratou só de militares, mas também de civis que fizeram o mesmo em nome de “princípios superiores”». Para além destas afirmações, Vasco Lourenço entregou como «prenda» a Edmundo Pedro um detalhado relatório que o Comando Geral da GNR elaborou agora, a seu pedido, e que vem repor a verdade dos factos, há tanto desejada pelo visado.

Notáveis foram as palavras que Edmundo dirigiu a todos os presentes. Comovidas, evidentemente, calorosas, mas também com um grande vigor, sem arrependimentos, sem rancores, com uma impressionante compreensão de tudo e de todos.

4 comments:

Anónimo disse...

Acima de tudo, Parabéns! a Edmundo Pedro.

Mas querer fazer do homem "A sua história de vida é fantástica, única na luta e na resistência contra a ditadura. Esteve sempre presente em todas as lutas pela democracia em Portugal", José Lello e "É a história de vida mais extraordinária daqueles que lutaram pela liberdade em Portugal",José Lello. É exagero.
Já agora, tendo em conta o processo das armas, então os comunistas queriam assaltar o poder pela força e os socialistas é que tinham as armas. E as sedes do PS estavam ameaçadas e as do PC é que foram destruidas.
Já não entendo nada... Se isto não é mais uma branqueamento da história... Expliquem-me o que é.

Joana Lopes disse...

Longe de mim qualquer intenção de analisar ou discutir aqui os problemas do fim do PREC, nomeadamente os relacionados com a posse de armas. Mas a ideia que tenho (estarei errada?) é que, a páginas tantas, todas as forças em campo as tinham, em maior ou menor quantidade. Que referir um caso concreto, de conhecimento absolutamente generalizado, seja branquear o que quer que seja, isso é que já me ultrapassa.

Luis Eme disse...

Edmundo Pedro é um grande senhor, com uma grande dignidade.

o caso das armas diz tudo. outros tinham logo metido a "boca" no trombone, metendo ao barulho os então presidente da república e primeiro-ministro.

também escrevi sobre ele, nos meus blogues...

Anónimo disse...

Sobre as histórias de armas do PREC sobra-me já apenas uma vaga memória.

Mas não me diminui a simpatia por Edmundo Pedro o facto de saber que as teve: antes pelo contrário.

O que de facto me preocupa é que, à pala desta democracia, bem comportadinha e eunuca, se tenha tornado pecado mortal tê-las (as armas), numa altura em que há tantos bandidos à solta, e quando o monopólio da violência e da justiça, por parte do Estado, se mostra mais eficaz para os proteger do que para os deter.

Não me refiro aos assaltantes de caixas de bancos. Refiro-me aos assaltantes de bancos que não têm necessidade de levar as caixas (casos BCP, BPN, e os outros que ainda não se sabe ...)

nelson anjos