23.11.08

Se o ridículo matasse









No ano de todos os 40.os Aniversários, o do White Album dos Beatles também foi ontem festejado.

Já talvez ninguém se lembrasse, mas parece que, nos anos 60, John Lennon terá dito que os Beatles eram mais importantes do que Jesus Cristo. Associando-se às comemorações em honra do White Album, o Vaticano vem agora declarar que PERDOA John Lennon por tal afirmação. Não contente com a tontaria, L’Osservatore Romano diz também que se tratou de uma «bravata de um jovem da classe trabalhadora inglesa impressionado com o sucesso, após crescer sob o mito de Elvis Presley» - a grande condescendência dos príncipes da igreja, portanto.

Não sei se este perdão pretende ser uma espécie de visto no passaporte de John Lennon para saída do purgatório e entrada imediata no céu, mas é certamente um puro despautério.

P.S - Espera-se, para daqui a 500 anos, um pedido de perdão pela condenação do uso do preservativo.

(facto conhecido via Diário Ateísta, a minha fonte habitual para saber o que se vai passando por Roma)

4 comments:

D. Ester disse...

Pelo menos foram mais rápidos que com Galileu Galilei. E também se congraturam com a vitória do Obama, mesmo este sendo um pro-choice.

Estes perdoes à distância parecem sempre um pouco ridículos, mas a verdade é que se não o fizessem significava que o continuavam a condenar after all these years.

A prova de que os BEatles são intemporais é que ainda hoje as crianças, adolescentes e adultos exultam com as suas músicas e letras fora de série.

Joana Lopes disse...

Eu não gosto muito desta história de pedidos de perdão, mas ainda entendo quando se dirigem, por exemplo,aos descendentes vivos do Holocausto.

Agora: a um morto, como o JLennon? Cheira-me a pura demagogia e oportunismo.

Luís Bonifácio disse...

Conseguiram ser mais ridículos que Lennon.

Anónimo disse...

Há coisas em que me custa a acreditar. Desta duvidei ao princípio.
A lógica que estará aqui parece estranhíssima. Julgo. É como se o Vaticano fosse a voz de Deus na Terra, numa suprema qualificação de tudo e de todos. Anjos ou demónios, bons ou maus, conserva ou deita fora. E uma voz que não se cala... muitas vezes sem querer subir acima da sandália, como pretendia fazer o sapateiro da história conhecida.
Meu pai dizia que era precisa muita qualidade de pessoas para fazer um Mundo. E qual será a qualidade de disparates precisa para desfazer uma Igreja?