Como previsto, o patriarcado já veio dizer que Policarpo «não “discriminou” os muçulmanos» quando afirmou: «Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam».
Uma espécie de porta-voz explicou que «é um justo conselho de realismo, tão oportuno quanto normal».
Longe de mim discriminar o meu cão quando digo aos vizinhos para terem cuidado – só digo que ele é cão e que é perigoso.
P.S. – Estou com a Jonas: tudo isto foi excelente para o marketing do casino da Figueira.
14 comments:
Interessante saber que, para um homem tido como campeão do diálogo inter-religioso em Portugal, "nem Alá sabe" onde acabam os sarilhos...
Os muçulmanos irão ficar descansados com esta incapacidade de Alá?
Após a sua divulgação pela imprensa europeia, americana e australiana, esta dúvida romoerá as consciências muçulmanas em todos os Continentes?
Aguardemos os próximos episódios...
E excelente timing...
A Nação Muçulmana revoltada e unida com a questão "Palestina"...
E o Sô Padre...lá bebeu uns copitos a mais...Bar aberto aposto!
O homem esqueceu-se das câmaras de TV e desabafou... Há quem o ache uito inteligente - nunca dei por isso.
Jakk,
Isto lido aí na Argélia deve ser porreiro!
Abraço
Cá para mim, aí o Senhor Abade esteve próximo da verdade. O que ele deveria ter dito era apenas isto: " Cautela com os amores, pensem duas vezes antes de casar, pensem muito sériamente, é meterem-se num monte de sarilhos".
nelson anjos
A Joana não acha o Cardeal muito inteligente porque certamente nunca ouviu uma homília da celebração de abertura do ano lectivo universitário em Lisboa, quando ainda era bispo auxiliar (já passaram para aí vinte anos, poucas coisas ouvi que me dissessem tanto) nem leu a sua troca de correspondência com Eduardo Prado Coelho. Sempre pode consultar as suas «Obras escolhidas», salvo erro, já vai 11º volume, ou a sua lista de trabalhos publicados http://www.patriarcado-lisboa.pt/bispos/index.htm, perfeitamente vulgar e correntente na intelectualidade portuguesa, em vez de «andar à cata» de uma outra palavra mais ambígua» num momento informal.
Engano seu, Nuno Gaspar.
De facto, não ouvi homilias em aberturas de anos lectivos, mas, para o caso de ainda não ter dado por isso neste blogue, eu fui católica militante durante muitos anos e o cardeal Policarpo já «anda po aí» há muito tempo. A minha opinião sobre ele tem décadas, nao «ando à cata de nada».
Cada bicada, sua minhoca (julgo que é assim!)
O Patriarca diz que é difícil o diálogo com os muçulmanos e vai, ele, "gozando" com o seu Deus. Deve ser, pois, um excelente interlocutor para tal diálogo. E parece-me que o confirma bem com a mais conversa. Diz D.José Policarpo “Mas é muito difícil, porque eles não admitem sequer [encarar a crítica de que pensam] que a verdade deles é única e é toda”, como se todas as religiões monoteístas tivessem as portas abertas e francas, não para se entrar, mas para delas poder sair algo do que comportam. E até gentilmente os compreende comentando (segundo o Público): “como fazem os lobos na floresta, demarcarem os seus espaços e terem os espaços que eu lhes respeito”(e).
O Patriarca desaconselha o casamento com muçulmanos, fazendo uma generalização fácil e irresponsável. Irresponsável porque contribui para agravar as relações entre o mundo islâmico e o “ocidental”. Ler um pouco o Corão ajuda a conhecer o islamismo. É preciso “saber o bê-a-bá da sua compreensão da vida, da sua fé”. Não me parece que seja o seu caso. Umas leiturinhas à maneira de revista de actualidades, recomenda-se. Mas a verdade é que, simetricamente, quem casar com uma católica convicta também se mete em graves sarilhos e, antes de o fazer, convém ler o que o Vaticano dimana como doutrina católica. Saberá que não pode ter a família que deseja, nem educar os seus filhos como quer, nem viver (moralmente) como bem entender, eventualmente nem conseguirá uma desejada paz em casa, etc.
A mãe de Álvaro Cunhal, senhora catolicíssima, não visitava o filho na prisão. Filho que tinha, como madrinha, uma santa, apesar da senhora estar casada com o Avelino Cunhal. É o que eu julgo saber por quanto tenho lido. E se não digo “nunca” o visitou é com receio de, enganando-me, exagerar. Todos conhecem incríveis histórias das beatas doutros tempos. Espero que, hoje, isso esteja muito mudado.
Maria de Fátima Campos Ferreira, nessa tertúlia" ainda intenta falar dos homossexuais e de estarem ou não dentro da Igreja. Se eu bem percebi, não podem porque têm de viver a sua sexualidade, etc. E continua o Patriarca,bom conhecedor da vida, há quem tenha tendência para a homossexualidade, mas, e pelo que percebi, se querem pertencer à Igreja, terão de não satisfazer essa tendência. Concluindo, pareceu-me, ou são homossexuais e são pertencem à Igreja, ou não são e podem pertencer. Grande achado. CF ainda intenta argumentar e D.Policarpo, com um bonito, paternal sorriso, corta com um “nós sabemos”. Aplicação expedita do princípio de autoridade. E aqui, os islamitas também “sabem” o mesmo.
Causou-me estranheza ( e sigo ainda o Público de hoje) haver uma “tertúlia “125 minutos com Fátima Campos Ferreira”, que decorreu no Casino da Figueira da Foz”. Um casino, uma tertúlia com nome mediático, a participação de uma profissional da Comunicação Social (não estou a limitar a liberdade de CF), que raio de coisa será isto? Uma estrita privacidade, um "normal" convívio com o Sr.Cardeal Patriarca, não parece.
Resumindo, o que estranhei é que um homem como D.José Policarpo se tenha “mostrado” como o fez. Será isso natural entre os católicos e os seus maiores dignitários, num meio duma certa intimidade?
Achei piada ao comentário de Jorge Conceição.
Uma abordagem mais profunda:
Sobre uma católica casar com um muçulmano: uma análise à luz do Ratzinguismo.
Muito porreiro!! E em ralação ao Shaka...é tão grande que nem é preciso dizer nada...mas quem o conhece já sabe que fica debaixo de um sofá porque anda um pardal à solta! :)
Abraço
Nao me lembrei que havia leitores disto que conheciam o Shaka, Jakk...
E há um que não conhece. Sou eu. O que é?
É o cão do meu filho - Shaka Zulu, de seu nome próprio (porque é um Leão da Rodésia).
"Alguém em Portugal já leu o Alcorão ou Corão?" Boa pergunta 'seu peixe', boa pergunta.
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