9.2.09

E já que Berlusconi não pode ter filhos, não seria possível exterminá-lo?

Disse-o há três dias, já foi citado em tudo o que é jornal por essa Europa fora:
«Não quero ser responsável pela morte de Eluana. (...) Ela está viva e respira, as suas células cerebrais estão vivas e, por hipótese, ainda pode ter filhos.»

6 comments:

Luís Bonifácio disse...

Exterminá-lo não.
Mumificá-lo vivo e colocar a múmia em permanência, no camarote presidencial do Estádio de São Ciro.

Quanto à eutanásia, e apesar de católico, concordo que em certos casos possa e deva ser aplicada. Mas para isso nem sequer devia ser necessária uma lei, cada caso deveria ser analisado como único.
É que por detrás das boas intenções, há sempre alguém a necessitar de antecipar a "herança" e sabendo como em Portugal se tratam osnossos velhos, deve haver muita gente a fazer figas para isso.

Joana Lopes disse...

A minha crueldade não vai até ao ponto que o mumificar em vida!

Quanto às regras para a eutanásia, 100% de acordo.

Luís Bonifácio disse...

Ao dizer mumificar estava a pensar enfaixá-lo numa ligadura e deixar uma palhinha ligada à boca de fora, para ele beber o Chianti.

Helena Araújo disse...

Luís Bonifácio,
não se esqueça de mais uma palhinha, um pouco mais abaixo.
Enfim, discutiremos depois os pormenores.

Joana,
não seria de colocar a questão justamente ao contrário? Já que ele pode ter filhos, não seria melhor, digamos, esterilizá-lo?
Não. Estou a cair na tentação da eugenia. Isto está mau: políticos assim dão cabo do povo - despertam os piores instintos que há em nós.

Quanto à eutanásia, e agora a sério:
- Acho uma crueldade fazerem estas pessoas em estado vegetativo morrer à fome. Se é para morrer, porque não o fazem com os meios que temos à nossa disposição? Sim, eu sei: porque pode sempre haver um milagre, porque uma coisa é não prolongar artificialmente a vida e outra coisa é pôr-lhe propositadamente um fim. Compreendo. Mas continuo a achar uma crueldade. Por outro lado, eu não queria ser o familiar ou o médico obrigado a tomar uma decisão ou a participar nela!

- De um modo geral, penso que a mensagem da sociedade deve ser clara: antecipar a morte não é algo normal ou desejável. Uma ajuda de terceiros para morrer deve passar por um processo onde se pesem bem os motivos da pessoa.
A minha dúvida é: até que ponto é que uma pessoa pode decidir realmente em liberdade, numa sociedade que olha para os velhos e os doentes como um estorvo, e glorifica a juventude e a saúde?
Perante um quadro legal facilitador, torna-se mais cómodo aceitar respeitosamente o manifesto desejo de morrer que passar pelo processo penoso de tratar a depressão de um idoso.
Também vale para o suicídio dos velhos. É liberdade, ou o desespero de não ter um lugar no nosso mundo?
E nós a vê-los passar, como se não fosse connosco.

Joana Lopes disse...

As suas dúvidas, Helena, mostram como a eutanásia é, obviamente, um problema complexo. Imadequado discuti-lo aqui, mas vai estar, cada vez mais, na ordem do dia.

C0XINHA disse...

E pensar que há tanta gente como o Berlusconi, que tem as células cerebrais vivas, mas não as usa...