Não só de boas intenções, mas também de acções simbólicas, estão muitos infernos cheios. Por isso, assinaria por baixo este texto de Nuno Brederode Santos:
«É o apagão cívico. Uma hora mundial e ao que parece muito fraterna, em que se empenham sete municípios portugueses (fora os que agora se propõem voluntariamente seguir-lhes o exemplo) e o entusiasmo de alguns ambientalistas – tudo sob o entusiástico patrocínio de quatro multinacionais e a comovida vigilância da EDP e da REN. Por isso, das 20,30h às 21,30h, apagaremos as luzes: nas casas, nos escritórios, nos monumentos. Para irmanar ricos e pobres, aqueles juntam-se a estes durante sessenta minutos, no jovial sacrifício de uma auto-imposta Idade Média (o que é mais exequível e barato - mas sobretudo prudente - do que conceder uma hora de iluminação aos que a não têm).»
Hoje, no DN - sem link porque a mudança da hora (ou terá sido o tal apagão?...) deve ter desorientado de novo a versão online do jornal.
6 comments:
"Peditórios" para que alguém terá dado? Na minha zona só vi algumas acções nos prédios de habitação social (desmentindo a previsão do Nuno Brederote).
Só tem valor simbólico! Lá em casa foram as crianças as mais entusiastas e convenceram-nos a jantar à luz das velas. Terá isso algum significado? Não tenho certeza...mas também não sei se será de desprezar enquanto iniciativa desse tipo. Para o curso dos acontecimentos, terá de facto pouco ou nenhum impacto.
~CC~
Longe de mim dizer que os actos simbólicos não possam ter qualquer valor - por exemplo para as crianças, como refere, podem sem dúvida ser importantes.
Eu concordo com o excerto que li do NBS, e acho que mesmo o simbólico só tem valor se coerente, se nos restantes dias as crianças virem os adultos viverem de acordo com o que foi simbólico. O que eu acho que não acontece na maioria dos casos.
Tem de haver uma continuidade no simbólico, senão é vazio.
Estamos todos de acordo, aparentemente.
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