19.5.09

E não será o fim do mundo

12 comments:

F. Penim Redondo disse...

Tudo este discurso se passa num plano meramente formal.

O que faria essa teórica esquerda ? com que viabilidade ? não interessa.

Basta somar votos, numa aritmética de alhos com bugalhos, para um coelho (de esquerda) sair da cartola. Depois logo se vê.

Mário Soares não é um redentor, é um dos habilidosos que, com o seu facilitismo, trouxeram o nosso país para o sítio onde ele está.

Joana Lopes disse...

E o que faria / fará um bloco central?
E o que faria /fará um PS em minoria?
E o que re-faria / (penso que não) re-fará um PS com maioria absoluta?

Cada um aposta num dos cenários possíveis, a escolha passa por aí.

José de Sousa disse...

Não percebo a afirmação de Penin Redondo em relação a Mário Soares. Não percebo aquela ideia do “facilitismo”. Não percebo aquela outra do Soares ter também trazido o “país para o sítio onde ele está?”
Digo-lhe, Penin Redondo: estou agora de joelhos a pedir perdão por estar, assim publicamente, a “defender” Mário Soares. Ao que isto chegou! Ao que eu cheguei!
Mário Soares será, como dizia o Vitorino Magalhães Godinho, um “especialista de ideias gerais”. Como um jornalista. Não retoco a apreciação, mas é bom não confundirmos o que Soares escreve e diz com a forma como pesou e agiu no processo político português.
Um habilidoso, sem dúvida. Mas depois daquele ano de 1975 – e que os fados tragam de novo algo idêntico – com a situação económica e social por que passámos, os governos de Soares não nos trouxeram até aqui, arrancaram-nos donde estávamos. O Bloco Central foi uma fuga a um enorme, trágico trambrolhão. A difícil entrada na Comunidade Europeia foi como uma multiplicação de pães.
Exagerando: lembre-se da situação em que ficou, com a queda vertiginosa da produção, etc., a Rússia depois da Revolução e da Guerra e de todos aqueles contorcionismos por que passou Lenine.
Eu, no blogue da Joana Lopes, tento, com que esforço, ser breve. Por isso, chamo apenas a atenção para uma parte do artigo de Soares, em que caracteriza vagamente uma política de esquerda, com um bloco feito para esse lado.
E acabo aqui, não continuando este comentário, nem comentando o que a Joana Lopes diz. Como desejaria.
Saudações.

F. Penim Redondo disse...

Joana,

eu limito-me a dizer que alguém que propõe uma "solução" deve explicitar porquê e para quê.

Quem não tem ideia nenhuma sobre a exequibilidade e vantagem de uma determinada solução o melhor é estar calado.

Eu, como sabes, receio que as alianças, como as experiências de laboratório conduzidas por aprendizes de feiticeiro, provoquem alguma explosão.

Porque é que ninguém aparece com uma proposta com cabeça tronco e membros, com uma ideia mínimamente trabalhada e estudada, que possamos todos validar e votar ?

Joana Lopes disse...

Começando pelo fim: no estado actual das coisas, ninguém fará proposta nenhuma antes de estarem em cima da mesa os resultados das eleições. Se o PS não tiver maioria absoluta, tudo se jogará nos dias seguintes.
Continuo a pensar que é tempo de se aprender a viver sem maiorias absolutas e não gosto da actual. Assim sendo...

jorgefm disse...

Soares diz o óbvio. O discurso da maioria absoluta ou o caos é ridículo. Os políticos adoram elogiar a democracia portuguesa, mas depois parecem ter dificuldade em conviver com ela. Não há nenhum mal em fazer compromissos e há mais que o «orgulhosamente sós».

António P. disse...

Pois é Joana...
agora o dr. Mário Soares serve de chapéu de chuva para toda a esquerda.
Duas pequenas notas :
1ª ( do passado ) - quando foi 1º ministrou aliou-se com quem ? E a esquerda de então ( PC ; UDP + LCI = BE actual ) chamavam-no de traidor. Ele pouco se importou. Terá feito bem ? Que responda quem saiba.

2ª ( do presente ) : insistir que PC e BE são de esquerda é de uma preguiça mental terrivel.

Cumprimentos

Joana Lopes disse...

Olá António,
Eu citei M. Soares porque gostei do modo como formulou o que eu própria penso, não pelo «argumento de autoridade».
Quanto a decidir quem merece a etiqueta de «esquerda»... não vou por aÍ: será que se aplica ao PS ACTUAL? Para mim, não...

António P. disse...

Então Joana não há esuqerda em Portugal
Cumprimentos

septuagenário disse...

O eterno Soares, já disse tudo e previu tudo...

Ele e uns tantos "super mários" que nos "guiaram" toddos estes anos, não conseguem calar-se e dar a voz a outros? É que até teem a desfaçatez de nos dizer que até previam as actuais crizes. IRRA!!!

Anónimo disse...

Acontece-me cada vez com maior frequência dar comigo mais próxima de quem era, nos idos do PREC, muito à direita de mim; e não deixei de ser do "esquerdalho" (embora não perfietamente burra, que a perfeição não está ao alcance dos humanos). Creio que não mudei muito e eles também não. Houve, foi, muitos outros que mudaram imenso. Não estou a falar do Soares em especial, longe disso.

Jorge Conceição disse...

"Porque é que ninguém aparece com uma proposta..." F:Penim Redondo
"...não conseguem calar-se e dar a voz a outros" Septuagenário

Isto é, quem se chega à frente? ...Ou estão todos à espera do D. Sebastião?

"Então não há esquerda em Portugal" António P.

Então há onde?

E se não existir em lado nenhum a esquerda, com esse nome, alguma ferramenta com outo nome temos para podermos caminhar. Não vou em desculpas deste género para alguém abandonar o barco e dedicar-se com mais afinco ao seu umbigo.