13.5.09

Europa pouco rosa

















Leio no El País que se realizou ontem em Atenas um Congresso Internacional sobre a Socialdemocracia que reuniu «líderes da esquerda europeia, na procura de fórmulas que permitam reinventar a socialdemocracia e, perante o avanço dos partidos de direita, afrontar os reptos do futuro e combater a crise.» Não é referida a presença de nenhum português, nem li nada na imprensa portuguesa sobre o assunto, mas adiante.
A poucas semanas das eleições europeias, foi recordado que, há dez anos, 13 dos 15 países da União Europeia tinha governos socialdemocratas (sozinhos ou em coligação), contra 15 em 27 neste momento. No estado actual das coisas, será caso para perguntar «se há um projecto socialdemocrata diferente de um projecto conservador europeu», frisou um dos intervenientes, que aproveitou a ocasião para estranhar que socialistas portugueses e espanhóis apoiem a recandidatura de Durão Barroso, contra a decisão de todos os seus congéneres.
E há realmente aqui algo que é, no mínimo, curioso. Que o PS português enferme de um patriotismo mais ou menos bacoco, infelizmente já nem se estranha – é certamente o preço da nossa pequenez que não quer pousar os calcanhares quando julga que conseguiu pôr-se em bicos de pés. Mas Zapatero também apoia Durão Barroso – porquê exactamente? Alguém sabe? Pouco adepta de teorias da conspiração, aconselharia no entanto os devotos de São Nuno Álvares Pereira a estarem vigilantes e a pedirem protecção...

P.S. - Na versão em papel do jornal «i» de hoje (p.20), referência a um artigo publicado esta semana no Financial Times, que é muito crítico em relação à actuação de Durão Barroso durante o actual mandato: «homem vaidoso e sem coragem política», que terá passado «a maior parte dos últimos anos a tratar da sua reeleição», sem liderança - «caniche de Merkel», chama-lhe o autor que não é meigo.

2 comments:

Jorge Conceição disse...

No Congresso Internacional sobre a Socialdemocracia "não é referida a presença de nenhum português". Bom o português Partido Social Democrata só se chama assim para consumo (mas não acção) interno. O que externamente se afirma como Socialdemocrata, o PS, pela mão do seu actual dirigente, internamente tem-se vindo a distanciar da dita Socialdemocracia, pelo que, não havendo ainda novos candidatos para preencher esse "vazio" político, não é de estranhar a ausência portuguesa em tal evento. Ou, pelo menos, a ausência de visibilidade de tal prsença...

No que respeita aos apoiantes à recandidatura de Durão parece-me que faltou mencionar o britânico Gordon Brown que, há tempos, se mostrou disponível para tal.

Joana Lopes disse...

Pelo que percebi, estavam lá vários membros d I. Socialista, pelo que seria de esperar que estivesse lá o PS...