6.5.09

Transições













Que na transição do franquismo para a democracia há ainda muitas «sombras» que os espanhóis estão agora a tentar entender, explicar e desfazer, parece um lugar comum para quem se interessa minimamente por estes assuntos, tão próximos e tão diferentes em Portugal e em terras de «nuestros hermanos».
Foi o que ficou patente num colóquio – mais um – sobre «A memória da Transição», organizado pela Universidade de Valladolid, no qual se frisou de novo que o espectro de uma nova guerra civil, ou de um regresso à ditadura, acabou por enviesar muitas decisões e muitos silêncios e por estar na base de grande parte das dificuldades encontradas na aplicação da actual lei sobre a Memória Histórica.
Durante o colóquio, a grande surpresa terá sido uma única voz discordante, a de Santiago Carrillo, ex-secretário-geral do Partido Comunista Espanhol: para ele, «en la Transición se hizo cuanto se podía y se debía, por lo que creo que está bien hecha». Importa-se de repetir?

(Fonte)

P.S. – A propósito de Transições: estou quase a acabar de ler o livro de M. Manuela Cruzeiro, Do Interior da Revolução, um notabilíssimo documento de história oral, que resulta de uma entrevista de cerca de quarenta horas que a autora fez a Vasco Lourenço. Este livro deveria fazer parte de um plano nacional de leitura obrigatória - pelo menos para «políticos».

1 comments:

Luís Bonifácio disse...

Grande Santiago Carrillo!