Pintora e cineasta, Mitra Farahani é iraniana, tem 34 anos e vive legalmente em Paris. Há alguns dias, resolveu arriscar uma viagem a Teerão e foi presa à chegada.
Quando, em 2004, estreou Tabous, um documentário que mistura cenas da vida real com ficção e onde são retratadas as frustrações sexuais dos iranianos, Mitra comentou : «Todos têm uma vida dupla em Teerão. E todos sabem que todos têm uma vida dupla.» A reacção das auroridades fez-se esperar : só três anos mais tarde é que algumas pessoas relacionadas com o filme foram presas – uma ameaça indirecta para a própria Mitra. Em França, sentiu-se agora «prisioneira» e decidiu pôr-se a caminho do centro de todos os acontecimentos. Está numa prisão, na companhia de muitos outros presos políticos, e o seu destino depende do desfecho de tudo o que está em jogo neste momento.
Já em 2002, Mitra Farahani tinha realizado um primeiro documentário – Juste une femme - que teve grande sucesso, nomeadamente no Festival de Berlim onde foi premiado. Nele se mostra como, para muitos gays iranianos, a única hipótese de viver a homossexualidade é mudar de sexo.
Vidas com uma brutalidade inconcebível e revoltante, que explodem nas ruas e que não podem deixar de abalar e de interpelar a nossa confortável pacatez.
Genérico de Tabous :
(Fonte)
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