Todos se lembrarão do momento em que Zapatero atribuiu 2500 euros a cada família pelo nascimento de uma criança, provavelmente não tanto pelo facto em si, mas pela apreensão da revista El Jueves, que mostrava na capa membros da família real em posições consideradas indecorosas.
Tanto quanto me lembro, os pais espanhóis recebem imediatamente um cheque daquela importância, não um depósito numa conta a movimentar dezoito anos mais tarde. Mas adiante, que isto não é a Ibéria embora muitos portugueses o queiram.
Há gestos mais ou menos simbólicos, que até podem ser louváveis, mas que acabam por sair altamente prejudicados por justificações inadequadas, como as que ontem foram ouvidas, a propósito da já célebre medida dos 200 euros : «incentiva a conclusão do ensino obrigatório», «incentiva a criação de hábitos de poupança», «permite que o jovem se possa autonomizar» e é uma «medida de apoio à natalidade». Põem-se a jeito – depois não se queixem…
Mas claro que até pode ser, como diz Manuel António Pina, que os portugueses «excitados pelos 200 euros (o dinheiro tem reconhecidas virtudes eróticas)» desatem «a fazer filhos em vez de ficarem a ver o 'Prós e Contras' e a telenovela.» Nunca se sabe…
2 comments:
o paternalismo do costume a disfarçar mais uma ajudinha aos bancos...
E eleitorialismo qb...
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