10.7.09

No deserto dele

Uma grande campanha de marketing pôs nos escaparates 200.000 exemplares do tal «quase romance» de Miguel Sousa Tavares.

Leitura rápida, muito rápida de 128 páginas com tipo de letra relativamente grande. Estive para parar logo à entrada, ao tropeçar numa «fina camada de pó, onde repousa, apenas adormecida, a memória dos dias felizes». Resisti, mas…

É sempre triste quando se vai «desgostando» de um autor, sendo o que me acontece com Miguel Sousa Tavares: li e reli Sul, precipitava-me para as crónicas na Grande Reportagem, gostei de Equador, já não de Rio das Flores, muito menos deste «deserto».

Como romance não chega ao «quase», como livro de viagens nada me disse. Sou talvez pouco sensível ao encanto das peripécias e das proezas de jipes e areias, mas nem as bem caracterizadas aventuras burocráticas em Argel chegaram para terem merecido as (poucas) horas gastas com a leitura.

Ainda um dia hei-de perceber por onde passam certas fronteiras – não físicas, neste caso. Porque se isto não é «literatura llight»…

Miguel Sousa Tavares, No teu deserto, Quase Romance, Oficina do Livro, 128 p.

2 comments:

Isabel disse...

eu terminei no Sul e acho que fiz bem.

cs disse...

é literatura light, e os editores sabem.

Caso contrário não arriscavam 200 mil exemplares assim do "pé para a mão" ou seja, do "quase para o muito longe"

:))