10.7.09

Para reflexão















Manuel Villaverde Cabral, em entrevista ao «i»:

O que é que nos torna ingovernáveis?
A saída do PREC. E aqui introduzo uma distinção: enquanto as pessoas de esquerda, como eu, dizem que foi a saída do PREC - isto é, a marginalização da esquerda - as pessoas de direita, dizem que foi o próprio PREC. Neste momento, Portugal tem mais de 20% a votar à esquerda do PS, e as duas organizações principais que representam esses eleitores são mantidas completamente fora do sistema desde 1975. E como tal, irresponsabilizadas: nunca foram chamadas a pronunciar-se, nunca foram chamadas para o governo, nunca se discutiu nada com elas.

Como poderiam ter sido chamadas aos governos se eles são sempre ditados pelos resultados eleitorais?
Mas não teria sido obrigatório ir para o governo! E agora, em Setembro, não vai haver seguramente nenhuma maioria no Parlamento que não inclua, pelo menos, um entendimento do PS à esquerda. A não ser que seja o PSD a fazê-lo. Ah, (risos) estou a ironizar. Portanto, esses prováveis 20% de votos - mesmo que sejam 18% - vão faltar sejam ao PS, ou seja a quem for.

5 comments:

Anónimo disse...

"são mantidas completamente fora do sistema desde 1975"

E as autarquias não contam?

F. Penim Redondo disse...

Eu estou convencido de que o BE e o PCP infuenciam mais as decisões importantes estando fora do governo (vidé caso Sá Fernandes).
Se estivessem no governo teriam que se tornar "razoáveis" como os outros.
Alguém tem que poder equacionar soluções irrealistas, dentro do sistema mas fora do governo.
A não ser assim o sistema fica coxo.

Joana Lopes disse...

Eatá à vista que as autarquias não influenciam muito a governação do país.

Joana Lopes disse...

Fernando,
Sabes que não vou contra o que dizes, bem pelo contrário. Não se trata de ir para o governo, mas de ser necessário para a governação - sem maioria absoluta.

(Vê lá se acordas o derrotado do 25 de Novembro que ainda dorme em ti!!! Estou a brincar...)

septuagenário disse...

Chega a ser intediante na vida portuguesa, ouvir há 30 anos, sempre as mesmas caras explicando, que "até a morte tem desculpa".

E não nos renovamos!