Insista-se mil vezes se necessário for – hoje com Rui Tavares (no Público, sem link), a propósito da hipótese, quase certa, de um governo minoritário:
«O novo presidencialismo seria, no fundo, apenas uma forma de conservadorismo larvar da nossa política. Já repararam como as maiorias absolutas são sempre essenciais, ano após ano, para “fazer as reformas” e “salvar o país da ingovernabilidade”? Pois o novo presidencialismo, dir-nos-ão, será essencial pelas mesmas razões, que não desaparecerão nas eleições seguintes – nem nunca.
A outra hipótese é a de um novo parlamentarismo. E esta, mais do que uma simples previsão, é algo por que valeria a pena lutar – não só à esquerda, mas também ao centro ou à direita, onde se achar que uma democracia deve assentar no parlamento. Um novo parlamentarismo permitiria encarar de uma vez por todas que o país não é ingovernável: o país tem, simplesmente, opiniões diferentes – e mais do que uma ou duas. Não podendo valer todas o mesmo, terão de encontrar maiorias e equilíbrios entre si.
Dir-me-ão que é difícil? Eu direi que é a vida.»
Há quem acredite que vamos ver duas luas no dia 27 de Agosto. Mas julgo que nem Nostradamus previu o que quer que seja para 27 de Setembro – o mundo continuará a rodar, com toda a naturalidade.
0 comments:
Enviar um comentário