O Público publicou ontem um longo artigo que me trouxe imediatamente à memória «o crime de Lourosa», uma história de que me recordava mais ou menos vagamente, sem nunca ter conhecido os seus contornos exactos.
Chegou então a Lisboa, de boca em boca, o relato de uma rocambolesca desordem em que teriam estado envolvidos um padre, a população de uma aldeia, a GNR e talvez mortes. Pensámos que existiriam motivos políticos para que o substituto do bispo do Porto, então no exílio, retirasse o pároco de Lourosa, mas verifico agora que nem sequer terá sido o caso: há quarenta e cinco anos, nesta nossa terra, reprimia-se com violência – e matava-se – quem ousava manifestar-se com persistência.
Curiosamente, estes acontecimentos datam de 14 de Outubro de 1964, dia em que foi atribuído o Prémio Nobel da Paz a Martin Luther King.
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