A notícia é de ontem: cerca de 4.000 pessoas da etnia hmong estão a ser repatriadas, contra sua vontade, da Tailândia para o Laos.
Importa recuar um pouco para enquadrar a notícia. Durante a guerra do Vietname, mais concretamente em 1962, os Estados Unidos recrutaram hmongs para combaterem a presença de soldados vietnamitas no Laos, numa operação financiada pela CIA, que ficou conhecida como «Guerra Secreta». Com a retirada americana em 1975, foi suspensa toda a ajuda aos hmongs que passaram a ser considerados como traidores no seu país quando o partido comunista tomou o poder.
O governo do Laos nunca deixou de perseguir os membros desta etnia, que ao longo das décadas foram fugindo para onde puderam - sobretudo para a vizinha Tailândia. Têm aí o estatuto de «emigrantes economicamente ilegais», e não de refugiados, e vivem numa espécie de campos-prisão, em situações humanitárias preocupantes.
Ontem, o exército tailandês começou o repatriamento para o Laos, em cem autocarros, numa operação unanimemente condenada pela opinião internacional que considera que muitos teriam direito, sem qualquer espécie de dúvida, ao estatuto de refugiados. Todos os apelos para que a acção fosse suspensa (da ONU, do ACNUR de Guterres) foram inúteis e experiências anteriores de repatriamento levam a crer que este não se fará sem sequelas.
É terrível a história do sudoeste asiático, massacrado com guerras, ou entre vizinhos ou contra colonizadores e «protectores» ocidentais. Trinta e quatro anos depois de se verem abandonados por quem os utilizou, estes milhares de pessoas e as suas famílias são agora re-exportados para onde não querem – quase como coisas indesejadas ou animais que não são de estimação. Ontem, vítimas de guerras de outrem, hoje vítimas de uma ditadura mais ou menos corrupta.
Importa recuar um pouco para enquadrar a notícia. Durante a guerra do Vietname, mais concretamente em 1962, os Estados Unidos recrutaram hmongs para combaterem a presença de soldados vietnamitas no Laos, numa operação financiada pela CIA, que ficou conhecida como «Guerra Secreta». Com a retirada americana em 1975, foi suspensa toda a ajuda aos hmongs que passaram a ser considerados como traidores no seu país quando o partido comunista tomou o poder.
O governo do Laos nunca deixou de perseguir os membros desta etnia, que ao longo das décadas foram fugindo para onde puderam - sobretudo para a vizinha Tailândia. Têm aí o estatuto de «emigrantes economicamente ilegais», e não de refugiados, e vivem numa espécie de campos-prisão, em situações humanitárias preocupantes.
Ontem, o exército tailandês começou o repatriamento para o Laos, em cem autocarros, numa operação unanimemente condenada pela opinião internacional que considera que muitos teriam direito, sem qualquer espécie de dúvida, ao estatuto de refugiados. Todos os apelos para que a acção fosse suspensa (da ONU, do ACNUR de Guterres) foram inúteis e experiências anteriores de repatriamento levam a crer que este não se fará sem sequelas.
É terrível a história do sudoeste asiático, massacrado com guerras, ou entre vizinhos ou contra colonizadores e «protectores» ocidentais. Trinta e quatro anos depois de se verem abandonados por quem os utilizou, estes milhares de pessoas e as suas famílias são agora re-exportados para onde não querem – quase como coisas indesejadas ou animais que não são de estimação. Ontem, vítimas de guerras de outrem, hoje vítimas de uma ditadura mais ou menos corrupta.
0 comments:
Enviar um comentário