3.12.09

Pavlov e os referendos



















É como se tocasse uma campainha: à palavra referendo, os padres acordam nas igrejas, seja para apelar ao Não contra o aborto ou para impedir que seja a AR a aprovar o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Jesuiticamente, o presidente da Conferência Episcopal vem dizer que «a Igreja tem conhecimento da sua existência [da petição para exigir um referendo], mas não é a promotora da iniciativa. Contudo, a Igreja louva a coragem dos promotores do abaixo-assinado». Ao mesmo tempo, «em centenas de paróquias portuguesas, os católicos são convidados, no fim da celebração da missa, a "passar pela sacristia" para assinar a Iniciativa Popular de Referendo».

Entretanto, em Roma, um cardeal com carreira comprovada concede que os homossexuais «são pessoas» (vá lá…), diz que «talvez não sejam culpados, mas, agindo contra a dignidade do corpo, certamente não entrarão no reino dos céus» e atira as culpas da afirmação para S. Paulo!

Assim sendo, copio uma anedota que acabo de receber por mail:
«Informa-se as crentes de que estar na cama nu, enrolado com alguém, e gritar:
“Oh meu Deus, oh meu Deus!” não será considerado como oração.»

4 comments:

virgili o vargas disse...

E se a Igreja apadrinhasse uma iniciativa popular para um referendo a perguntar se as pessoas - o povo - apoiam o casamento dos padres? Será que estavam nessa?

maria disse...

parece que o tal cardeal diz: "apesar de tudo, são pessoas" mais palavras para quê?

Jorge Conceição disse...

Boa, Virgili, estou nessa! Vamos propor dois referendos populares sem consultarmos a Igreja primeiro: 1º - Perguntar se o povo quer que os padres se casem; 2º - Peguntar se o povo exige ter padres femininos (ou madres?). E se as respostas forem afirmativas...

Joana Lopes disse...

Alto aí, Virgílio e Jorge, sejamos coerentes: isso teria de ser um (ou dois) referendo só para católicos! O problema é deles, não?