7.2.10

Lost



Julguei que faltava um link num mail que me chegou ontem apenas com uma frase: «E que me dizes tu a isto??????»

Veio a explicação: o «isto» era simplesmente o estado a que «isto» chegou. Juntava-se o desespero de quem está bem mais perto do que eu do centro de todas as gravidades e que se interrogava sobre o que eventualmente pensarão os que mais fizeram, e mais sofreram, para que a democracia chegasse a este país. Por outras palavras: «Terá valido a pena?»

A minha resposta, sem tirar nem pôr uma vírgula:
«Eu nunca penso nesse comprimento de onda mas há quem pense. Acho que, de tudo isto, há-de concretizar-se um dia uma utopia de algo de novo que supere os comunismos que falharam totalmente e o capitalismo que é uma merda! Mas entretanto...»

Balelas inúteis, dirão muitos. Mas é sempre a este plano que regresso quando parece não restar pedra sobre pedra e o disparate reina, como foi o caso da inenarrável semana que agora acabou. Por tabela, ganho assim alguma distância e desinteresso-me dos detalhes quando as histórias se tornam demasiado macabras.

Mas claro que há o «entretanto». E esse é tudo menos brilhante e prenuncia futuros próximos que poderão ser bem piores. Os poderes da República – do primeiro ao quarto – não caíram na rua mas revelam tendências suicidas e não vejo por aí psiquiatras suficientemente activos.

Receio que os responsáveis pelo tal estado a que isto chegou tenham recebido o link para este site e que não saibam neste momento onde é a porta de saída.

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