27.3.10

Excelentes notícias


... mesmo antes de sair de casa, numa bela manhã de Sábado (1ª pág. do Expresso).

6 comments:

Diogo disse...

Mas quem manda é a Grande Banca Internacional e as suas agências de «rating».

Manuel Vilarinho Pires disse...

Caro Diogo,
A "Grande Banca Internacional", e as suas agências de rating, não manda em ninguém.
Mas escolhe a quem emprestar o dinheiro, e prefere emprestá-lo a quem lhe ofereça confiança de o vir a pagar no futuro, até porque o dinheiro que empresta não é seu, mas dos depositantes.
Como qualquer um de nós faz, penso eu...
Para isso, confia nas agências de rating.
Faz mal!
As agências de rating cometeram erros tão grosseiros que se pode dizer que foram dos maiores responsáveis pela crise actual.
Podemos berrar contra elas e a sua sinistra influência.
Não vale a pena, enquanto a banca confiar nas suas análises.
Também podemos fazer como alguns estados dos EUA já começaram a fazer: processá-las em tribunal pelos prejuízos que a sua incompetência causou.
Talvez venha a ter maior utilidade, porque pode forçá-los a fazer melhor o seu trabalho no futuro.
Seja como for, se alguém que já está muito endividado lhe pedir dinheiro emprestado, suponho que será capaz de hesitar em fazer o empréstimo.
A Grande Banca Internacional também.
Eu suponho que o "post" da Joana não deriva de uma revolta contra a necessidade de estancar o ciclo vicioso de vivermos hoje à custa de crédito que terá que ser pago pelas gerações seguintes.
Mas sim contra as opções políticas que foram tomadas pelo governo quando escolheu onde cortar (nos pobres e nos doentes) e onde gastar (nas grandes obras públicas).
Penso eu...

José Meireles Graça disse...

Um palpite: As "grandes obras públicas" (as que restam) não se vão fazer. E nem por isso a dívida externa vai diminuir sèriamente, como também não diminuirá com os aumentos de impostos já programados sobre os pobres e a classe média. E também não diminuiria por aí além com a eliminação da cleptocracia dos boys e o confisco do "grande capital". A governação à esquerda meteu-nos numa alhada: a maior parte de nós vai viver pior, os nossos filhos vão viver pior e não é seguro que a democracia sobreviva ao que aí vem. Tudo palpites, peço desculpa por não alinhar números: é que não vale a pena. Quando se trata de prever o que o futuro nos trará nem os melhores números valem mais do que um bom palpite.

Manuel Vilarinho Pires disse...

É curioso e até enigmático que afirme "A governação à esquerda meteu-nos numa alhada", porque parece indiciar que consegue distinguir entre governações "à esquerda", "à direita", "ao centro" ou "a qualquer outro lado".
Quando fala de "governação à esquerda", está a falar de factores como a existência de salário mínimo, a manutenção do serviço nacional de saúde público ou a legalização do aborto?
É que, se quer que lhe diga, apenas esta última permite perceber distinções entre as orientações políticas de todos os governos da democracia portuguesa.
E não me parece que tenha qualquer influência no desequilíbrio das contas públicas, apesar de os seus detractores o sugerirem.

José Meireles Graça disse...

Bom, às vezes sou enigmático. É para impressionar. Peço desculpa e explico-me: por governação à esquerda quis dizer privilegiar a igualdade económica entre os cidadãos em detrimento da liberdade económica. Isto só pode ser feito com redistribuição e redistribuição quer dizer aumento dos impostos e da despesa pública. Por outro lado, a governação à esquerda trata as empresas (as PME's, que são as que contam para efeito de criação de postos de trabalho e exportação não-assistida com dinheiros públicos) como objecto de um sem-número de obrigações, por razões de equidade social, ambientais, fiscais, e o diabo a sete, criando um ambiente hostil ao investimento e provocando a extinção de empresas que a mão-invisível não substitui por outras. Se a isto somarmos a desastrosa adesão ao Euro (que eliminou uma válvula de segurança do endividamento face ao exterior e a correcção automática dos salários face à evolução da produtividade) e a injustificada protecção dada às grandes empresas monopolísticas, públicas ou privadas, e aos bancos (o PS tem, no tratamento do chamado grande capital, tendência a ser mais papista que o Papa, não vá ser chamado de esquerdista e incompetente) temos um quadro que explica o marasmo. É este quadro sumário e simplista? É. Faltam aqui elementos essenciais no longo prazo, como a Justiça e a Educação? Faltam. E tem componentes que são, ou parecem ser, ideològicamente contraditórias? Sim. Mas, que quer? Prefiro errar pela minha cabeça do que comprar pacotes de ideias feitas. E depois, de mim se pode dizer
Pirliteiro,
Dás pilritos?
Porque não dás coisa boa?
Cada um dá o que pode
Segundo a sua pessoa.
Cordiais cumps.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Bom, sendo assim, seja benvindo à minoria absoluta!
Mas aquilo a que chama de "esquerda" é, de facto, o "centrão".
Se tem uma micro-empresa, não se esqueça de pagar na quarta-feira o PEC, obra da Drª Ferreira Leite, e não do Doutor Louçã ou do Sr. Jerónimo Ferreira, totalmente inspirada na suspeição relativamente à iniciativa privada que tão bem descreve e atribui à "esquerda".
Quanto ao Euro, o que ele nos retirou foi a possibilidade de, de vez em quando, pregarmos o golpe do baú, pagando dívidas com dinheiro acabadinho de imprimir na casa da moeda.
Que nos caía sempre em cima, com a desvalorização imediata do Escudo.
Por aí, não tenho nada a criticar à adesão ao Euro.
Cumprimentos...