Morreu Alda Espírito Santo, grande poetisa nascida em S.Tomé, onde foi deputada e ministra. Duas entre outras obras: «O Jogral das Ilhas» (1976) e «É nosso o solo sagrado da terra» (1978).
Nascida em 1926, vem mais tarde estudar para Lisboa, onde conhece e colabora activamente com Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade e Agostinho Neto, futuros líderes dos movimentos de libertação das colónias.
A ler: este texto de Diana Andringa.
Ilha nua
Coqueiros e palmares da Terra Natal
Mar azul das ilhas perdidas na conjuntura dos séculos
Vegetação densa no horizonte imenso dos nossos sonhos.
Verdura, oceano, calor tropical
Gritando a sede imensa do salgado mar
No deserto paradoxal das praias humanas
Sedentas de espaço e de vida
Nos cantos amargos do ossobô1
Anunciando o cair das chuvas
Varrendo de rijo a terra calcinada
Saturada do calor ardente
Mas faminta da irradiação humana
Ilhas paradoxais do Sul do Sará
Os desertos humanos clamam
Na floresta virgem
Dos teus destinos sem planuras...
(in «É nosso o solo sagrado da terra»)
Poema e desenho tirados daqui.
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