Ainda em Sikkim, hoje foi dia de templos, de chuva, de sol, sempre de ruas e estradas sem qualquer espécie de recta, de vistas espectaculares para vales, para montes e para bambus gigantes.
O mais interessante? Sem dúvida a visita ao magnífico Mosteiro de Rumtek, construído no século 18 e restaurado na década de 1960, réplica de um outro existente no Tibete e único no seu género fora daquele território.
Destinado a ser residência do chefe de um dos ramos do budismo – neste caso o Karmapa – está actualmente desocupado por razões de segurança e aquele que representa a 17ª reencarnação dos seus lamas, Ogen Trinley, mora, tal como o Dalai Lama (chefe de um outro ramo do budismo), em Dharamshala, sede do governo tibetano no exílio. Há pressões dos seus fiéis junto do governo indiano para que regresse a Rumtek, vi mesmo cartazes com esse objectivo, mas a convicção quanto ao sucesso é fraca, porque a enorme China impõe respeito mesmo à grande Índia.
De resto, todo o reino de Sikkim é altamente policiado por estar muito perto do Tibete (e também do Nepal). Nunca me tinha acontecido, como aqui em Gangtok, passar por um detector de metais à entrada e à saída… do hotel!
Regressando à visita ao Mosteiro. Para além da beleza do mesmo, tipicamente tibetana, vi e ouvi um conjunto de monges que começaram por rezar uma espécie de lengalenga e que, de repente, passaram para um concerto com campainhas e os mais estranhos instrumentos musicais, absolutamente original e relativamente arrepiante.
Não, não vou converter-me ao budismo, embora haja aspectos bem interessantes em tudo o que já fui tentando perceber nas diversas versões que vejo e oiço nos países por onde passo. Uma religião sem deuses, mas que não é propriamente uma terra sem amos…
No dia a dia, há que contar com uma certa lentidão na resolução de problemas triviais, com risco permanente de pequenos ou grandes acidentes nas estradas, com muitos turistas indianos (ocidentais, contam-se pelos dedos) e, obviamente, com a comida melhor do mundo - por vezes acompanhada, como foi o caso hoje ao jantar, por um inesperado fundo musical bem familiar.
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