14.4.10

Viva a República! Viva Garzón!


No dia em que se assinala o 79º aniversário da implantação da República, multiplicam-se as manifestações em Espanha, de um modo geral associadas à defesa do juiz Baltasar Garzón que se arrisca a ser destituído de funções por ter pretendido investigar crimes ligados ao franquismo.

É o caso, por exemplo, da Izquierda Unida que lançou um manifesto a favor de Garzón e aproveitou para sublinhar que «a monarquia é a negação da igualdade perante a lei», que é tempo de «avançar na legítima aspiração pela III República» e de recordar que o rei Juan Carlos nunca condenou a ditadura de Franco.(A propósito, talvez seja bom rever o juramento do rei.)

Mas foi em Buenos Aires que ocorreu hoje a mais importante iniciativa relacionada com o caso Baltasar Garzón: já que se pretende impedir que os julgamentos aconteçam em Espanha, então que sejam feitos na Argentina – é o que exigem familiares de vítimas do franquismo e uma dezena de organizações argentinas e espanholas que apresentaram ao Tribunal Federal uma denúncia por genocídio e crimes contra a humanidade, cometidos em Espanha, de Julho de 1936 a Junho de 1977.

Entre outras coisas, pedem uma lista com o número de desaparecidos, assassinados e torturados, outra com as fossas encontradas em Espanha, a identificação das crianças roubadas às famílias durante a ditadura e os nomes de todas as empresas privadas, ainda activas, que beneficiaram do trabalho forçado dos presos republicanos.

(Aqui, texto na íntegra.)

P.S. - Ler também.

4 comments:

Jorge Conceição disse...

Temos que fazer com que a frase "Isto ainda vai dar que falar!" (ou semelhantes) passe do receio à realidade: Isto não pode ser silenciado! A posição ambígua de ontem, de Zapatero, tem que ser desactivada e forçá-lo a assumir o que até lhe diz pessoalmente respeito: a funesta história do franquismo! Vir dizer que se tem confiança no Tribunal Supremo (que incriminou Baltasar Garzón), cuja figura tem que ser potegida apesar da contestaçãp pública e, simultaneamente, dizer que em Espanha a manifestação pública de opiniões é livre, parece-me mais uma de tentar (sem o conseguir)agradar a gregos e a troianos!

Joana Lopes disse...

Estive para referir essa do Zapatero, mas acabei por não pôr. Não me espanta...

NG disse...

Vasco Pulido Valente explica em poucas palavras este caso no Público de Sábado.

Joana Lopes disse...

Eu li, Nuno. Não explica, toma posição, o que é diferente.
O Púbico já publicou, em dois dias, quatro textos contra Garzón.