16.5.10

Mais um que é de plástico



Mas, pelos vistos, há quem goste.

Além disso: estive uns dias fora do país e verifico agora que, entretanto, foi formalmente criado um governo paralelo do bloco central. Ou houve eleições? Ninguém me disse nada.

P.S. – A ler: Crecimiento o barbarie
«Las dos grandes preguntas a partir de ahora son las siguientes: si los mercados exigen más sangre, como ha pasado en Grecia, ¿habrá nuevas medidas de ajuste sin un estallido social? ¿Hasta dónde se puede llegar en los ajustes sin clausurar por un periodo largo las posibilidades de crecimiento de la vieja Europa?»
...

10 comments:

Manuel Vilarinho Pires disse...

É um "sound byte", não vale a pena perder tempo a citá-lo ou comentá-lo...

Mas sobre a crise, na Grécia, em Portugal, e nos outros países, há uma coisa em que vale a pena reflectir.
Se um de nós passar anos a gastar acima do que ganha e se endividar até ao ponto de deixar de conseguir pagar aos credores, e estes deixarem de lhe emprestar mais dinheiro e começarem a executar hipotecas, pode-se sentir muito revoltado com os credores, mas é consigo próprio que se deve sentir revoltado, com a sua ganância, com a sua imprudência, com a sua estupidez (suponho que te deves lembrar de um ex-colega de há muitos anos atrás que foi por essa via?).
Todos os déficits do OGE são cobertos com recurso a crédito.
E o crédito é para pagar, e os credores só o concedem quando têm boa confiança na capacidade e na vontade de o devedor os pagar.
Quando não têm, deixam de conceder mais crédito e executam hipotecas...
A aceitação dos déficits do OGE como naturais, até virtuosos se inferiores a 3%, é gananciosa, imprudente e estúpida, sendo mesmo pior, uma pulhice relativamente às gerações futuras que, não só têm que pagar as nossas dívidas, como ficam impedidos de recorrer ao crédito se disso tiverem necessidade.
O único valor matematicamente sustentável para o déficit do OGE é "ZERO", e qualquer valor positivo faz a dívida tender para infinito.
Foi a ligeireza com que os Povos de todos os países devedores se entregaram a pedir aos Estados que gastassem mais do que lhes entregavam que colocou os Estados na mão dos credores.
Agora, paguem! Ou, se não quiserem pagar, amanhem-se com o que têm, porque ninguém lhes vai emprestar mais dinheiro...
Se aprendermos colectivamente esta lição, poderemos ser muito mais ricos e livres no futuro.

Tripalio disse...

Os fundamentalistas cá do Burgo, tipo João César das Neves, assobiam para o lado, com a imoralidade do capitalismo.

Não querem ver: Mais uma vez o estado teve que intervir, esse estado gastador e incompetente teve que socorrer os Privados!

Manuel Vilarinho Pires disse...

Caro Tripálio,
Não consigo entender se o seu comentário é sobre o meu, ou sobre o "post" da Joana, e como não gostaria de cometer a indelicadeza de não lhe responder no caso de ser sobre o meu, agradecia que me esclarecesse.

Joana Lopes disse...

E eu não respondi nem a um nem a outro, porque apenas quis sublinhar, no meu «post» a nova parelha que nos governa.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Isso é muito fácil de perceber, e não é bloco central, é outra coisa!
Desde há muitos anos que só há 2 partidos em Portugal: o da situação, e o da oposição.
O da situação bate-se sempre pelas mesmas causas (uma delas são as grandes obras públicas) e o da oposição também se bate sempre pelas mesmas causas, diferentes das do outro (a exigência de concursos públicos é uma delas).
Quando cheira ao da oposição que vai chegar brevemente à situação, entra num processo de mutação, de larva rastejante a esplêndida borboleta, durante o qual tem posições atípicas.
É o caso.
Nada que não se resolvesse com a eleição dos deputados à AR em círculos uninominais...

Vitor M. Trigo disse...

Alto aí, Joana.
"Parelha que nos governa"?
Aqui na minha zona (Ribatejo) as parelhas são de bois.
E atenção que há uma diferença entre ser-se boi e touro.

Joana Lopes disse...

Tchhhh... subtilezas que escapam à citadina que eu sou.
Mas eu ainda te imaginava a morar em Alcântara!!!

Vitor M. Trigo disse...

Não, estou a morar no campo, perto da Azambuja, desde 94.
É uma maravilha: acordo com os passarinhos, os coelhos bravos já (quase) que não fojem de mim, e até tento falar com uma par de mouchos que aqui se fixaram.
Bom, já estás a pensar que estou tãtã, mas ainda não.
Quanto à estória da dita parelha: quando vejo um boi ou touro, tanto me faz, fujo logo a 7 pés.
Ah, estes trocadilhos...

jpt disse...

Discordo totalmente do post, o Dr. Passos Coelho não é de "plástico" como a cara Joana Lopes anuncia. É um político de carne-e-osso, de mão-cheia. Um verdadeiro clone, acrescento.

Quanto à Grécia, e não querendo repetir comentários acima, apenas gostaria de referir que o maldito mercado e o pérfido capitalismo que parecem ser os algozes dos pobres gregos são exactamente aqueles que permitiram aos ditos helénicos e seus governantes eleitos e mui aclamados contraírem as gigantescas (e escondidas) dívidas que os assustam agora. Daí que me parece um bocado demagógico atacá-los exactamente agora. Ou talvez não, apenas efeito da sabedoria popular, "sol na eira, chuva no nabal" como princípio explicativo do real.

Joana Lopes disse...

Habituada que estou à sua ironia, jpt, respondo que um clone de um ser de plástico, só da mesma matéria pode ser fabricado.