É porque não vives em Portugal porque, senão, tinhas levado com isto 100 vezes: está a descrever o que se passou com o papa quando ele foi a Belém e lhe apresentou os netinhos...
bem, já tinha visto umas cenas destas do PR a falar dos netinhos (mais vezes daquelas que acharia necessário) mas por momentos pensei que ele falava de um netinho a aprender os nomes dos priminhos. e por aí adiante...
Longe de mim censurar-te por ainda andares a escrever sobre a visita do Papa, e abro o meu comentário desta forma porque um comentário que fiz há dias a um "post" da Diana Andringa no "Vias..." foi citado por outro "post" no "Vias..." como exemplo de censura e ditadura do timing...
Em alternativa, ou como complemento, ao filme que afixaste neste "post", que mostra a forma como um político português expõe publicamente a sua relação (pseudo?-)"pessoal" com a religião, proponho a leitura de um artigo de jornal que cita declarações de um primeiro-ministro em exercício de Portugal, que mostra outra forma de expor publicamente a sua relação pseudo-"pessoal" com a religião. http://economia.publico.pt/Noticia/durao-barroso-hipoteses-para-solucao-pacifica-sao-infimas-actualizacao_285208 E sublinho aqui o excerto que queria mostrar no artigo: "...Colocado perante a questão de a maior parte dos portugueses serem contra uma guerra, Durão Barroso reafirmou que também o é e disse que até tem rezado pela paz, um acto mais importante do que andar em manifestações políticas..."
Será que isto foi suficiente para explicar claramente o que é para mim a diferença entre uma "questiúncula" e uma "Questão", pegando no comentário do Vargas a outro "post" teu?
É um primeiro-ministro de uma república laica com uma profunda separação de poderes entre a Igreja e o Estado (por mais que a forma como o Estado português recebeu a visita do Papa tenha escandalizado muita gente) a dizer que reza (ele deve rezar tanto como eu, mas acredite quem quiser), que rezar é mais importante do que manifestar-se politicamente (suponho que importante quereria dizer eficaz, neste caso para evitar a guerra), que é contra a guerra (o que é mentira e nem vale a pena argumentar porquê). E isto é apenas um parágrafo... Na altura disse outra coisa, que no decorrer da cimeira tinha visto com os seus próprios olhos provas de existência de armas de destruição maciça (o que é mentira, porque não há provas do que não existe). Isto não são apenas declarações que não deviam ter sido ditas. É o primeiro ministro de um país a envolvê-lo numa guerra, com uma justificação miserável e mentirosa da primeira à última palavra envolvendo, entre outras coisas, a exibição da sua religiosidade (real ou forjada). Talvez por milagre (?) o país não foi alvo de nenhum atentado retaliatório, ao contrátio da Espanha. Mas podia ter sido, e apenas pelo que aconteceu naquela reunião, tal como sucedeu com a Espanha. Por estes motivos, acho um bocadinho frustrante ver um país (incluindo uma esquerda) que se escandaliza com o acolhimento oficial a uma visita do Papa ou com o fingimento pelo primeiro-ministro de que não sabia nem estava interessado num negociozito na comunicação social que lhe dava jeito, tolerar isto ou, pelo menos, ser mais tolerante com isto do que com aquelas miudezas.
Manel, Em 2003, eu ainda não escrevia nem em blogues, nem em parte nenhuma. Mas, numa procura rápida, detectei 17 posts, nos três anos deste blogue, em que critiquei D. Barroso. Duvidas que o teria feito, à época, relativamente ao que referes?
Joana, Não duvido, e comecei a escrever um parágrafo no meu comentário, que depois apaguei porque já ia longo, ressalvando que não acompanhava nessa altura redes sociais e, portanto, comentava sem saber a reacção, e o seu grau, das pessoas cujas opiniões agora acompanho àquele acontecimento miserável. Mas o meu lamento não é especificamente dirigido a ti, ou aos teus co-"bloggers" no "Vias...", ou mesmo à esquerda, mas a todo um país que se excita com miudezas e tolerou esta burla monumental. Quanto à esquerda, aos "bloggers" e a ti, podem perfeitamente não martelar muito nesta tecla, talvez até por não acharem oportuno (e eu até já fui chamado de ditador do timing...), e deixá-lo ir levando o seu "Assignment" sossegado. Mas permitam-me uma sugestão, que pode ser fruto de alguma falta de perspicácia: se acham irritante a hipótese de recondução do Doutor Cavaco Silva, imaginem o que não tentará fazer o Durão Barroso quando regressar da UE, se até lá não for alvo de nenhum processo de investigação, até na justiça, daqueles acontecimentos, e se essa hipótese não é muito mais irritante que a primeira? Se for, então volto ao início e ao lamento de que discutam questiúnculas em vez de questões... Bom fim de semana
10 comments:
mas do que fala ele?!? não percebi nada...
É porque não vives em Portugal porque, senão, tinhas levado com isto 100 vezes: está a descrever o que se passou com o papa quando ele foi a Belém e lhe apresentou os netinhos...
bem, já tinha visto umas cenas destas do PR a falar dos netinhos (mais vezes daquelas que acharia necessário) mas por momentos pensei que ele falava de um netinho a aprender os nomes dos priminhos. e por aí adiante...
Joana,
Longe de mim censurar-te por ainda andares a escrever sobre a visita do Papa, e abro o meu comentário desta forma porque um comentário que fiz há dias a um "post" da Diana Andringa no "Vias..." foi citado por outro "post" no "Vias..." como exemplo de censura e ditadura do timing...
Em alternativa, ou como complemento, ao filme que afixaste neste "post", que mostra a forma como um político português expõe publicamente a sua relação (pseudo?-)"pessoal" com a religião, proponho a leitura de um artigo de jornal que cita declarações de um primeiro-ministro em exercício de Portugal, que mostra outra forma de expor publicamente a sua relação pseudo-"pessoal" com a religião.
http://economia.publico.pt/Noticia/durao-barroso-hipoteses-para-solucao-pacifica-sao-infimas-actualizacao_285208
E sublinho aqui o excerto que queria mostrar no artigo:
"...Colocado perante a questão de a maior parte dos portugueses serem contra uma guerra, Durão Barroso reafirmou que também o é e disse que até tem rezado pela paz, um acto mais importante do que andar em manifestações políticas..."
Será que isto foi suficiente para explicar claramente o que é para mim a diferença entre uma "questiúncula" e uma "Questão", pegando no comentário do Vargas a outro "post" teu?
Manel,
Isto nem chega a ser uma questiúncula, nem é voltar a falar do papa!!! É uma anedota, ao nível do portinhol do Sócrates.
Acontece que, só agora, vi este excerto no Youtube e acho-o, de facto, um «tesourinho deprimente».
Joana,
Completamemte de acordo sobre o "isto". Mas gostava de ver comentar mais o "aquilo"...
O «aquilo» sendo a frase de D. Barroso? Não me lembrava dela. Mas que queres que diga? Claro que acho que não devia tê-lo dito. E?
É um primeiro-ministro de uma república laica com uma profunda separação de poderes entre a Igreja e o Estado (por mais que a forma como o Estado português recebeu a visita do Papa tenha escandalizado muita gente) a dizer que reza (ele deve rezar tanto como eu, mas acredite quem quiser), que rezar é mais importante do que manifestar-se politicamente (suponho que importante quereria dizer eficaz, neste caso para evitar a guerra), que é contra a guerra (o que é mentira e nem vale a pena argumentar porquê).
E isto é apenas um parágrafo...
Na altura disse outra coisa, que no decorrer da cimeira tinha visto com os seus próprios olhos provas de existência de armas de destruição maciça (o que é mentira, porque não há provas do que não existe).
Isto não são apenas declarações que não deviam ter sido ditas.
É o primeiro ministro de um país a envolvê-lo numa guerra, com uma justificação miserável e mentirosa da primeira à última palavra envolvendo, entre outras coisas, a exibição da sua religiosidade (real ou forjada). Talvez por milagre (?) o país não foi alvo de nenhum atentado retaliatório, ao contrátio da Espanha. Mas podia ter sido, e apenas pelo que aconteceu naquela reunião, tal como sucedeu com a Espanha.
Por estes motivos, acho um bocadinho frustrante ver um país (incluindo uma esquerda) que se escandaliza com o acolhimento oficial a uma visita do Papa ou com o fingimento pelo primeiro-ministro de que não sabia nem estava interessado num negociozito na comunicação social que lhe dava jeito, tolerar isto ou, pelo menos, ser mais tolerante com isto do que com aquelas miudezas.
Manel,
Em 2003, eu ainda não escrevia nem em blogues, nem em parte nenhuma.
Mas, numa procura rápida, detectei 17 posts, nos três anos deste blogue, em que critiquei D. Barroso.
Duvidas que o teria feito, à época, relativamente ao que referes?
Joana,
Não duvido, e comecei a escrever um parágrafo no meu comentário, que depois apaguei porque já ia longo, ressalvando que não acompanhava nessa altura redes sociais e, portanto, comentava sem saber a reacção, e o seu grau, das pessoas cujas opiniões agora acompanho àquele acontecimento miserável.
Mas o meu lamento não é especificamente dirigido a ti, ou aos teus co-"bloggers" no "Vias...", ou mesmo à esquerda, mas a todo um país que se excita com miudezas e tolerou esta burla monumental.
Quanto à esquerda, aos "bloggers" e a ti, podem perfeitamente não martelar muito nesta tecla, talvez até por não acharem oportuno (e eu até já fui chamado de ditador do timing...), e deixá-lo ir levando o seu "Assignment" sossegado.
Mas permitam-me uma sugestão, que pode ser fruto de alguma falta de perspicácia: se acham irritante a hipótese de recondução do Doutor Cavaco Silva, imaginem o que não tentará fazer o Durão Barroso quando regressar da UE, se até lá não for alvo de nenhum processo de investigação, até na justiça, daqueles acontecimentos, e se essa hipótese não é muito mais irritante que a primeira?
Se for, então volto ao início e ao lamento de que discutam questiúnculas em vez de questões...
Bom fim de semana
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