18.5.10

Tudo tem limites, não?


Era minha intenção juntar-me aos que já gozaram o espanhol técnico do nosso PM. Mas, ao ouvir de novo alguns excertos do que tem dito em Madrid, deixei de achar a mínima graça.

Que dance politicamente o tango com Passos Coelho se isso lhe dá prazer – e vê-se que sim -, que fale portunhol se for comer umas tapas com Zapatero na Puerta del Sol. Mas que haja alguém que lhe diga que, apesar de até ser verdade que temos algum jeito para línguas, esse não é certamente o seu caso. Fale portanto português e use tradutores. Porque a figura que anda a fazer, em representação do país, só tem uma qualificação possível: provincianismo. Apesar de tudo, não merecemos tão pouco.


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9 comments:

Rui Bebiano disse...

Entrevego en estias palavras um poco de invejia por los poliglotas.

Joana Lopes disse...

Achas que sim?
De facto, eu só ousaria falar «oficialmente» em francês, o que reconheço ser pouco...

Rui Bebiano disse...

Claro que ele deveria ter falado em português em vez de exibir este desastre. A não ser que falasse em castelhano como o rei Juan Carlos fala a nossa língua.

Joana Lopes disse...

Pois, mas Juan Carlos viveu cá muitos anos e fala por isso normalmente, embora com sotaque, claro.
Mas aquela palhaçada é insuportável.

JVJ disse...

Sempre me encanitou a mania dos nossos governantes em irem para espanha falar...! uma lingua estranha que apelidam de portinhol.E disse-o a alguns mais íntimos.

claro que uns tinham mais jeitinho do que outros mas a reverendia é a mesma; ou a saloiice como preferires. Este talvez fale pior mas o problema é o mesmo.

eles devem rir-se muito,pelo menos no seu íntimo mas não há nada a fazer.E afinal o ridículo não mata;é só ridículo...

Joana Lopes disse...

Mas o problema é que este não tem mesmo jeitinho nenhum... Podias dizer-lhe, não? (Eh! Eh!)

Rita Maria disse...

Eu acho de certa forma louvável que o desejo de comunicar, directa e genuinamente, ultrapasse o medo do ridículo ou a franca incapacidade linguística. A coisa parecia mais "séria" com um intérprete, mas nao seria nunca melhor. O "meio caminho" linguístico dele funciona e acho que no caso da língua os fins justificam os meios.

(já sobre o conteúdo, enfim)

Joana Lopes disse...

Pois, Rita Maria, não acho mesmo que, aqui, «os fins justifiquem os meios» porque o resultado é ridículo. Imagina Zapatero a fazer o equivalente (para além de dizer bom dia ou obrigada?) É mesmo subserviência, na minha opinião.

Rita Maria disse...

Acho o medo do ridículo uma razao, essa sim, muito provinciana. Imagino que Zapatero tentaria também comunicar como lhe fosse possível, como tentamos todos, sempre que o que temos para dizer nos parece mais importante do que as figuras que podemos fazer ao dizê-lo.

Mas nao devemos ter aqui plataforma de entendimento. Eu sou daquelas pessoas que ajusta o sotaque ao falar com brasileiros porque ajustar a velocidade dá muito mais trabalho e me custa imenso que existam entraves àquilo que quero dizer, se existir uma forma de remover barreiras, eu removo.

Nunca me lembrei de me preocupar se estava ou nao a ser subserviente.