Já referi a hipótese, cada vez mais provável, de a Guiné Equatorial ser admitida como membro de pleno direito na CPLP, dentro de uma semana. Entretanto, sucedem-se as notícias sobre novos pedidos de adesão, ainda que apenas como associados, tão diversificados como esotéricos quando se está a falar de «uma organização de países lusófonos»: Austrália, Indonésia, Luxemburgo, Suazilândia e Ucrânia…
No Facebook, vai longa a conversa, desde ontem, por vezes a sério, outras mais ou menos a brincar. Mas retomo aqui o tema para recomendar a leitura de um excelente post de Henrique Sousa: CPLP, Guiné Equatorial & Cª: petróleo ou amor platónico?
E, também, para deixar esta pérola de Ramos Horta, a propósito da admissão da Guiné Equatorial:
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6 comments:
Joana, no caso da Indonésia não será tão descabido assim. O bahasa, língua oficial do país, conta com cerca de 200 palavras directamente apreendidas do português, grande parte delas de uso corrente como os exemplos q são dados aqui: http://ilnova.fcsh.unl.pt/indonesio
O holandês, língua da potência colonizadora durante cerca de 300 anos, deixou menos 100 palavras nessa língua.
Se, pelo q se percebe, este tipo de situação não fosse mera fachada (ou nem isso) para branquear regimes e facilitar grandes negócios, até seria legítimo ponderar a inclusão de muitos países e territórios cuja língua oficial não é o português. Teria era de se fazer distinções claras conforme o impacto q a língua portuguesa tem em cada um.
Rui,
Mas mesmo que não fosse pelos interesses óbvios: PARA QUÊ incluir numa organização baseada na língua quem não a tem? «Legítimo ponderar» com que fim?
Quanto ao facto de a Indonésia ter 200 palavras portuguesas... isso dar-nos-ia certamente o direito de sermos integrados numa organização árabe, não?
Eu costumo dizer isso do "espanhol, dialecto do português" aos meus amigos de língua espanhola, para chatear. Nunca pensei que alguém dissesse isso a sério. Fantástico.
É uma das maravilhas da vida, jpb: continuarmos a ser surpreendidos...
Joana, seria legítimo ponderar, havendo, de facto, uma relação desse país ou território com a língua portuguesa, fazendo as devidas distinções. Não estou a dizer q a Indonésia (ou o Japão, ou uma série de outros países) teria um estatuto igual ao de Cabo Verde ou do Brasil, mas poderia haver uma forma de reconhecer a importância histórica e cultural do português nesses países.
Mas isto, claro, partindo do princípio utópico de q a cultura poderia ganhar prioridade perante a economia e a geo-estratégia.
Rui,
«Uma forma de reconhecer a importância histórica e cultural do português nesses países» porquê e, sobretudo, para quê???
O francês teve uma enorme importância para Portugal. É isso razão para pertencermos a uma organização de países francófonos?
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