Entre os benefícios colaterais do Mundial, para as crianças, com as dezenas de horas de emissões televisivas e a ajuda da sacrossanta caderneta de cromos, há que contabilizar o efeito imediato de lhes incutir o vício da bola antes de qualquer outro e o abrir os horizontes da curiosidade para outros fins. O meu neto quis saber em que países do mundo há «mais gente».
Dadas as respostas adequadas para o fim em vista, o meu filho ficou «agarrado» a exercícios fascinantes - e eu por tabela. Não indo para além da Wikipedia como fonte, e com um simples telemóvel com máquina de calcular, descobrem-se ou confirmam-se realidades que explicam algumas coisas e ajudam a prever outras.
Com dados de 2007, dos 196 países considerados, os vinte com «mais gente» (em cima, por ordem decrescente, na imagem) cobrem 71% da população do planeta.
Na lista, só há um europeu: a Alemanha (da Rússia, não sei quantos estão aquém ou para além dos Montes Urais…) A senhora Merkel tem certamente presente esta realidade todos os dias, enquanto come as torradas do pequeno-almoço.
Se se tiver em conta que onze são asiáticos (deixando de novo a Rússia em no man’s land, ou terra sem amos, como preferirem), não é difícil imaginar que uma percentagem razoável dos milhares de milhões, que por lá andam e nascem todos os dias, virá andando, em massa, para Ocidente, mais tarde ou mais cedo. Um simples facto? A população da Índia cresce em três pessoas por minuto: nascem cinco, morrem duas.
Não entro em considerações de ordem económica, mas apenas esta, muito, muito genérica: os mais do que prometedores BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China) representam 43% dos humanos, enquanto os pobres PIIG’s (Portugal, Irlanda, Itália e Grécia) somos pouco mais de 1%. Bastavam-nos umas migalhitas…
...
3 comments:
Já agora convinha relacionar isso tudo com as áreas geográficas ocupadas por esses países. Basta dar uma rápida mirada para o mapa acima para se verificar que a Europa ocupa uma porção de terra bem pequena se comparada com as restantes regiões do Planeta.
Claro, mas também tens grandes áreas vazias nos outros continentes.
É um facto!
Mas a propósito destas comparações de países e dimensões territoriais veio-me à memória uma cantiga que nos ensinavam na escola primária, toda ela (a cantiga) cheia de nacionalismos baratos. Só me lembrava dos dois primeiros versos («A Oeste da Europa/bem juntinho ao Oceano...») e fui espreitar na "net". Num blogue encontrei o texto todo, que copiei e que tomo a liberdade de transcrever. Já não tinha a noção de quão longe se ia no nacionalismo caseiro e de quão grande era o nosso oficial complexo de inferioridade...
Transcrevo:
1.
A Oeste da Europa / Bem juntinho ao oceano
Fica o nosso Portugal / Lindo torrão lusitano!
Em território é pequeno / Nas colónias o terceiro.
O mais valente na guerra / Nas descobertas o primeiro.
2.
Os valentes portugueses / Ao longo da nossa história
Aos mouros e castelhanos / Alcançam sempre a vitória.
Nos mares abrem caminhos / Em todas as direcções
Conquistando novos mundos / Às conhecidas nações.
3.
Sinto orgulho de ser filho / Desta tão nobre nação,
Tão bonita tão bonita / Que guardo no coração.
Eu adoro a minha pátria / Não como coisa mesquinha.
Eu adoro a minha pátria / Porque é minha, muito minha!
Enviar um comentário