12.7.10

Quantos somos? Onde estamos?


Entre os benefícios colaterais do Mundial, para as crianças, com as dezenas de horas de emissões televisivas e a ajuda da sacrossanta caderneta de cromos, há que contabilizar o efeito imediato de lhes incutir o vício da bola antes de qualquer outro e o abrir os horizontes da curiosidade para outros fins. O meu neto quis saber em que países do mundo há «mais gente».

Dadas as respostas adequadas para o fim em vista, o meu filho ficou «agarrado» a exercícios fascinantes - e eu por tabela. Não indo para além da Wikipedia como fonte, e com um simples telemóvel com máquina de calcular, descobrem-se ou confirmam-se realidades que explicam algumas coisas e ajudam a prever outras.

Com dados de 2007, dos 196 países considerados, os vinte com «mais gente» (em cima, por ordem decrescente, na imagem) cobrem 71% da população do planeta.

Na lista, só há um europeu: a Alemanha (da Rússia, não sei quantos estão aquém ou para além dos Montes Urais…) A senhora Merkel tem certamente presente esta realidade todos os dias, enquanto come as torradas do pequeno-almoço.

Se se tiver em conta que onze são asiáticos (deixando de novo a Rússia em no man’s land, ou terra sem amos, como preferirem), não é difícil imaginar que uma percentagem razoável dos milhares de milhões, que por lá andam e nascem todos os dias, virá andando, em massa, para Ocidente, mais tarde ou mais cedo. Um simples facto? A população da Índia cresce em três pessoas por minuto: nascem cinco, morrem duas.

Não entro em considerações de ordem económica, mas apenas esta, muito, muito genérica: os mais do que prometedores BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China) representam 43% dos humanos, enquanto os pobres PIIG’s (Portugal, Irlanda, Itália e Grécia) somos pouco mais de 1%. Bastavam-nos umas migalhitas…
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3 comments:

Jorge Conceição disse...

Já agora convinha relacionar isso tudo com as áreas geográficas ocupadas por esses países. Basta dar uma rápida mirada para o mapa acima para se verificar que a Europa ocupa uma porção de terra bem pequena se comparada com as restantes regiões do Planeta.

Joana Lopes disse...

Claro, mas também tens grandes áreas vazias nos outros continentes.

Jorge Conceição disse...

É um facto!

Mas a propósito destas comparações de países e dimensões territoriais veio-me à memória uma cantiga que nos ensinavam na escola primária, toda ela (a cantiga) cheia de nacionalismos baratos. Só me lembrava dos dois primeiros versos («A Oeste da Europa/bem juntinho ao Oceano...») e fui espreitar na "net". Num blogue encontrei o texto todo, que copiei e que tomo a liberdade de transcrever. Já não tinha a noção de quão longe se ia no nacionalismo caseiro e de quão grande era o nosso oficial complexo de inferioridade...

Transcrevo:

1.
A Oeste da Europa / Bem juntinho ao oceano

Fica o nosso Portugal / Lindo torrão lusitano!

Em território é pequeno / Nas colónias o terceiro.

O mais valente na guerra / Nas descobertas o primeiro.

2.
Os valentes portugueses / Ao longo da nossa história

Aos mouros e castelhanos / Alcançam sempre a vitória.

Nos mares abrem caminhos / Em todas as direcções

Conquistando novos mundos / Às conhecidas nações.

3.
Sinto orgulho de ser filho / Desta tão nobre nação,

Tão bonita tão bonita / Que guardo no coração.

Eu adoro a minha pátria / Não como coisa mesquinha.

Eu adoro a minha pátria / Porque é minha, muito minha!