29.9.10

Alô China, aqui Portugal


A ser verdade o que vários jornais divulgaram (já passaram 24 horas e ainda não li desmentidos), o Ministério da Educação oferece lugares para auxiliares de educação e assistentes operacionais, pagos com um salário bruto de três euros / hora.

Não sei se haverá candidatos ou não (é bem provável que sim, dado o estado geral das coisas), mas parece-me que estamos a descer a patamares salariais dignos de Chongqing ou de Tole Sap.

E eu que pago mais do que o dobro a quem vem a esta casa, umas horas por semana, para a manter minimamente habitável, não posso deixar de pensar que há algo de errado neste reino bem longe da Dinamarca…
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5 comments:

Anónimo disse...

É preferível que as escolas não ofereçam os serviços de que fala enquanto certas pessoas que poderiam preencher essas vagas se mantêm no desemprego a ganhar mais que isso?

Joana Lopes disse...

Se essas pessoas descontaram e estão a receber o subsídio de desemprego correspondente (superior a 3 euros / hora), certamente que lhes é devido.

O que pode justificar que as escolas paguem essa importância?

Anónimo disse...

A total bancarrota do Estado português não pode justificar que se pague essa importância? Não pode justificar que o Estado se veja forçado a começar a pagar menos a todos os seus funcionários? O que é que me está a falhar? Ou melhor, será que a dívida portuguesa é um "pormenor" que lhe falta ter em conta?

Joana Lopes disse...

Primeiro: o Estado não está «em total bancarrota».
Segundo: pagar menos pode ser aceitável, mas não dar esmolas - e é disso que estamos a falar.

Anónimo disse...

Compare a nossa dívida com a do Japão. A deles é superior. Mas eles não estão na bancarrota porque têm perspectivas de exportar. Nós não temos nada, além de uma dívida enorme cujos juros vão subindo.

O problema dos empregos dependentes directamente do Estado é que este os fixa, não age de acordo com o mercado. Se essas escolas fossem privadas é provável que o preço que atribuiriam a essa função eram mesmo os 3 euros à hora. Mentalize-se deste facto tão simples: não há dinheiro.