Os factos são conhecidos mas vale a pena regressar de vez em quando aos números para ter consciência da dimensão da tragédia: na Argentina, em apenas sete anos da ditadura militar, de 1976 a 1983, terão «desaparecido» cerca de 30.000 pessoas e leio hoje que ainda só foram identificadas 350.
Convém também lembrar que, dessas 30.000, muitas eram crianças, roubadas para famílias sem filhos, e que continuam sem saber quem são os seus pais biológicos. Estamos a falar de jovens adultos, hoje com idades à volta dos trinta anos e não de mortos de passados longínquos.
Daí, a enorme importância da campanha nacional iniciada há três anos e que, através de análise de ADN, permitiu acelerar muito significativamente o número de identificações e é responsável por quase 50% das mesmas.
Não só mas também por isso, a Argentina é um país especialmente sensível a impunidades de responsáveis por vítimas de outras ditaduras e não se cala quanto ao que se passa em Espanha relativamente aos processos relacionados com as do franquismo. Nesse contexto, um juiz de Buenos Aires enviou agora ao governo espanhol um conjunto de denúncias de assassinatos e de torturas, apresentado por familiares e por doze associações de direitos humanos. Recorde-se que o facto de estas queixas serem apresentadas naquele país, e não em Espanha, tem como origem a suspensão de actividade e o processo de que é alvo o juiz Baltasar Garzón no seu país.
A seguir com atenção.
Mercedes Sosa - Chacarera del olvidao
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