Os factos são conhecidos: foi noticiado há três dias – e não desmentido entretanto – que «o Governo quer retirar os benefícios fiscais concedidos em 2001 às instituições religiosas não católicas e às instituições particulares de solidariedade social (IPSS), mas mantendo os apoios concedidos desde 1990 à Igreja Católica».
Hoje, Vera Jardim, vice-presidente da bancada socialista e um dos autores do diploma que deu acesso a todas as confissões religiosas aos mesmos benefícios fiscais que a Igreja Católica, afirma ao Público que «duvida da constitucionalidade da proposta» e a considera um «retrocesso muito negativo», que recusa a «discriminação entre a Igreja Católica e as outras religiões» e que é «imperativo que rapidamente o Governo clarifique a sua posição».
Note-se que até o porta-voz da Conferência Episcopal já veio dizer que a Igreja Católica «não pode estar de acordo com tratamentos discriminatórios».
De onde poderá ter vindo esta aberração? De alguém, de «alguéns», mais papistas que os próprios papas (que os há, papistas, nas altas esferas de S. Bento), que tiveram a brilhantíssima ideia de proteger a ICAR dos sacrifícios pedidos a todos os outros. A ver se «a coisa» passava, com o barulho das luzes e tomando-nos a todos por parvos.
Pode ser que me engane, mas isto vai acabar com a devolução de privilégios às outras igrejas (peanuts, na realidade) e não, como devia ser, com a abolição dos mesmos para todos. Ou não: talvez se acredite que será a irmã Lúcia a fazer-nos sair da crise e as demais capelas nada têm a dar para a troca…
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4 comments:
Joana,
talvez acabe como prevê, mas peanuts é que não são: de acordo com o Correio da Manhã, são 100 milhões de euros.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/igreja-100-milhoes-para-o-fisco
A questão é quanto será o montante correspondente daquela outra igreja em que ninguém toca...
Ricardo,
Pela notícia do Público que «linkei», interpretei que os 100 milhões de euros incluem a poupança com as IPSS. Disse que deve ser peanuts» o que se refere às outras igrejas.
Pois, as IPSS é que se vão lixar...
Bravo, Joana.
msp
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