22.10.10

Más notícias, mas previsíveis


O Algarve lamenta que grandes operadores turísticos a nível mundial tenham agora deixado de o incluir nas suas ofertas, durante a chamada época baixa do ano. Eles terão sido também já responsáveis, em termos gerais, pela perda de três milhões de estrangeiros / dia, na última década, fundamentalmente pela forte aposta que começaram a fazer em mercados não europeus. Prevêem-se novas falências a sul, o que é terrível num dos sectores em que não deveríamos mesmo minguar.

A notícia não me surpreende de todo. Por um lado há «a crise» que faz certamente diminuir a procura e, por outro, à excepção de golfe, que tem o Algarve realmente para oferecer quando o Sol deixa de queimar a valer e a temperatura do mar desce um número razoável de graus? Um clima um pouco mais ameno? Haverá sempre alguns nórdicos enregelados que vêm por aí abaixo. Mas, pelo mesmo preço, ou menor ainda, há todo o hemisfério Sul à distância de um clique, da América Latina à Ásia e à Austrália, em época alta ou média alta, ou seja em pleno Verão ou quase.

E, a nível mundial, a oferta é tanta, mas tanta e tão variada, cresceu de tal maneira na última meia dúzia de anos (em parte porque alguns países magníficos, até agora fechados ou sem infra-estruturas turísticas as criaram e nelas investiram a sério, por exemplo no sudoeste asiático), que não vislumbro que mudanças radicais são possíveis para que surjam hipóteses ganhadoras que contrariem a tendência que parece estar a concretizar-se. Será muito difícil inverter o tipo de desenvolvimento (não) qualitativo que foi permitido ao longo de décadas e que, muito provavelmente, tende a colocar-nos na cauda de uma qualquer outra tabela.
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