Diz a AECOPS, não é? E que jeito que lhes dava se os proprietários fossem forçados a fazer obras, mesmo que não tenham dinheiro... E ao olhar para a pinta do Presidente da Câmara de Lisboa, que chama "parasita" a um senhorio que recebe 611€ por mês por 2 prédios na Baixa onde funciona um hotel (http://www.publico.pt/Local/antonio-costa-passou-a-permitir-aprovacao-de-obras-sem-autorizacao-dos-senhorios_1459102) , até pode ser que a AECOPS tenha sorte...
Diga quem disser, e de quem quer que seja a culpa, trata-se de uma situação inaceitável. E é verdade que, em tempos de crise, é necessário recuperar em vez de continuar (só) a construir.
Dizer que a situação é inaceitável não ajuda a encontrar a solução. Como sabes, não há mercado de habitação em Portugal desde o tempo do Salazar, que tinha tanto medo do mercado como os comunistas. Os proprietários têm nas mãos uma aberração. Se têm casas arrendadas, estão condenados a receber rendas irrisórias até à morte dos inquilinos (e, por vezes, dos herdeiros). Durante estes anos (ou mesmo décadas) os proprietários não ganham o suficiente para pagar obras. Quando os inquilinos morrem, estão descapitalizados por décadas de rendimento irrisório e também não podem pagar obras. Mas a grande aberração é que, se o prédio cair e não tiver inquilinos, eles conseguem finalmente ganhar algum dinheiro com ele. Se num dado ordenamento jurídico a opção mais racional é deixar os prédios ficarem vazios e cairem, não podemos ficar admirados por ver os prédios ficarem vazios e cairem. Se o queremos evitar, troquemos o ordenamento jurídico por outro que faça de gastar dinheiro em obras uma opção racional...
Manel, Troque-se o ordenamento jurídico ou o que for necessário, mas denuncie-se a situação. Se a AECOPS o faz do seu ponto de vista, não nos admiremos e é melhor do que nada. Eu desconhecia a dimensão do problema (assumindo que os números estão certos)o.
Manuel Vilarinho Pires: Concordando embora com o que diz, creio de memória, não conferi) que o congelamento salazarista das rendas se aplicava ao Porto e Lisboa, não ao País no seu conjunto.
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Diz a AECOPS, não é? E que jeito que lhes dava se os proprietários fossem forçados a fazer obras, mesmo que não tenham dinheiro...
E ao olhar para a pinta do Presidente da Câmara de Lisboa, que chama "parasita" a um senhorio que recebe 611€ por mês por 2 prédios na Baixa onde funciona um hotel
(http://www.publico.pt/Local/antonio-costa-passou-a-permitir-aprovacao-de-obras-sem-autorizacao-dos-senhorios_1459102)
, até pode ser que a AECOPS tenha sorte...
Diga quem disser, e de quem quer que seja a culpa, trata-se de uma situação inaceitável. E é verdade que, em tempos de crise, é necessário recuperar em vez de continuar (só) a construir.
Dizer que a situação é inaceitável não ajuda a encontrar a solução.
Como sabes, não há mercado de habitação em Portugal desde o tempo do Salazar, que tinha tanto medo do mercado como os comunistas.
Os proprietários têm nas mãos uma aberração.
Se têm casas arrendadas, estão condenados a receber rendas irrisórias até à morte dos inquilinos (e, por vezes, dos herdeiros). Durante estes anos (ou mesmo décadas) os proprietários não ganham o suficiente para pagar obras. Quando os inquilinos morrem, estão descapitalizados por décadas de rendimento irrisório e também não podem pagar obras. Mas a grande aberração é que, se o prédio cair e não tiver inquilinos, eles conseguem finalmente ganhar algum dinheiro com ele.
Se num dado ordenamento jurídico a opção mais racional é deixar os prédios ficarem vazios e cairem, não podemos ficar admirados por ver os prédios ficarem vazios e cairem. Se o queremos evitar, troquemos o ordenamento jurídico por outro que faça de gastar dinheiro em obras uma opção racional...
Manel,
Troque-se o ordenamento jurídico ou o que for necessário, mas denuncie-se a situação. Se a AECOPS o faz do seu ponto de vista, não nos admiremos e é melhor do que nada.
Eu desconhecia a dimensão do problema (assumindo que os números estão certos)o.
Manuel Vilarinho Pires:
Concordando embora com o que diz, creio de memória, não conferi) que o congelamento salazarista das rendas se aplicava ao Porto e Lisboa, não ao País no seu conjunto.
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