8.11.10

Leitura para eurocêntricos


«E como a memória é curta, convém sempre dar uma espreitadela à floresta antes de descascar a árvore. No caso da China, o apelo à memória adquire especial relevância, por um motivo muito simples: o Ocidente é vulgarmente amnésico em relação à importância das civilizações não-europeias e enferma geralmente do "mal colonial" (ou "arrogância imperial", para ser mais exacto) que tende a considerar a civilização europeia como o centro do mundo (…)

Desenganem-se todos, meus caros: a China tem uma história de 4 milénios, na qual comunismo ou capitalismo são meros acidentes de percurso, episódios momentâneos, e não é a primeira vez que domina a economia mundial; nós é que, durante muito tempo e sempre preocupadíssimos com o nosso umbigo, achámos que não, que quem marcava o compasso eram as cascas de noz com que passávamos as Tormentas, as armaduras do Albuquerque e as cruzes de S. Francisco Xavier. Depois, para épocas mais recentes, iludimo-nos com o "55 Dias em Pequim" e as imagens de uma China faminta de arroz e vestida de uniforme azul à Mao. O acordar da ressaca é sempre desagradável.»

Façam o favor de ler, na íntegra, o texto do Paulo Pinto.

Destaco: «comunismo ou capitalismo são meros acidentes de percurso, episódios momentâneos». E não só na China – assim o espero!...
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