Enquanto esperamos pela alocução de Sua Excelência, Professor Doutor Presidente e Candidato, recordem-se outros tempos em que o inefável Américo Tomás filosofava para nosso deleite – era espectáculo que não perdíamos…
«Decorreu célere, como os que o precederam, o ano que acabou de sumir-se na voragem do tempo. Outro o substituiu, para uma vida igualmente efémera. Nesta mutação constante, afigura-se haver agora um fenómeno de visível incongruência, pois, quando tudo se processa a ritmo que se acelera constantemente, pareceria lógico que de tal circunstância resultasse um aparente alongamento no tempo e não precisamente o inverso. Se sempre o presente, mal o é, se torna logo em passado, nunca, como nos nossos dias, tão evidente verdade pareceu mais evidente.»
1 de Janeiro de 1966
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