16.2.11

Dramas tunisinos


É natural que os países europeus se inquietem com o fluxo de norte-africanos clandestinos que começaram a invadi-los. Para já, mais de 5.000 tunisinos que aproveitaram o caos inevitável da nova situação política e que aportaram, muitas vezes depois de correrem os maiores riscos de vida, à pequena ilha de Lampedusa, a Sul da Sicília. Se a Europa não está bem, é ainda o paraíso dourado para muitos destes povos, durante décadas espoliados por ditadores sem escrúpulos.

Mas olhe-se para o mapa, mesmo apenas para a parte mais ocidental deste Mediterrâneo por onde passaram sempre fases decisivas da nossa história, e preveja-se o que está para vir, não só da Tunísia mas também de Marrocos, da Argélia e da Líbia. Não é possível construir um «muro», marítimo ou aéreo, que vá de Gibraltar a Atenas e isole o velho continente do resto do mundo, neste caso dos seus ex-colonizados e vizinhos mais próximos. Eles já vêm para cá há muito tempo e continuarão a vir, se não em massa como agora, num fluxo mais ou menos contínuo e provavelmente mais intenso.

Numa fase crítica como a actual, o mínimo que se pode exigir é que estes migrantes sejam acolhidos dignamente, ouvidos e informados sobre os seus direitos pelas autoridades dos países a que chegam., o que parece não estar necessariamente  a acontecer. E que, nestas situações tantas vezes dramáticas, a União Europeia não reduza o apoio a medidas securitárias, como este vídeo faz temer.


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1 comments:

Fenix disse...

Eu que tenho uma perspectiva humanista do mundo, sou contra todas as fronteiras que só dividem os Homens. A Terra é dos seus habitantes seja qual for a sua latitude, e tal como nos primórdios da humanidade em que éramos condicionados pelos climas e tínhamos que abalar em procura de subsistência, agora somos impelidos a abalar por causa das economias e tiranias a que fomos sujeitos! Aprendamos de uma vez por todas a (con)viver e partilhar o Planeta...