A notícia é longa, foi publicada no Diário de Lisboa de 23 de Janeiro de 1965, pode ser lida no fim deste post e foi enviada pela Diana Andringa como contributo para este blogue.
Dois ministros, o chefe de gabinete e o secretário de um deles, e a «esposa» e um filho do segundo, foram de Lisboa ao Algarve, num avião da Força Aérea, para condecorarem a professora primária de ambos, «que, desde muito nova e em missão de sacerdócio (…), tem desempenhado, com especial carinho e singeleza, formando alunas cristãs e de boa moral, a sua profissão».
Algumas observações:
- O aeroporto de Faro só foi inaugurado oficialmente cerca de seis meses mais tarde, o que explica talvez o alvoroço que a notícia descreve, provocado pela chegada do avião.
- A utilização de meios públicos para fins privados vem de longe (fazia-se, sim, no tempo de Salazar…), mas tem hoje nuances diferentes.
- Tudo isto é provinciano e paroquial, reflecte o rosto público do que era o regime que parecia «ingénuo» mas não o era. Uma referência? Duas semanas mais tarde, Humberto Delgado foi assassinado em Espanha.
Ver a notícia completa:
(Clique na imagem para ler e depois aumente)
4 comments:
São 800 anos de passado, como diz em Berlim o nosso Sácrates.
Não eram 40 anos com um qualquer botas que nos modificava.
Embora a preto e branco, e noutras proporções era tudo igual.
Ele era o cabrito para o presidente da câmara, era o galináceo para o presidente da Junta, eram os ovos para a professora e uns bolinhos para o senhor padre.
As proporções são outras, mas continuaremos a ser nós e apenas nós.
Brasil e Portugal: tão parecidos!
Mas óptimo era a URSS...aquela democracia.
Anónimo: Salazar era excelente para si, é isso?
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