1.3.11

E do outro lado do Atlântico…


A espectacularidade de tudo o que se passa mais perto de nós (o Mediterrâneo é mesmo ao virar da esquina…) tem deixado em segundo, ou mesmo terceiro plano, o que se passa em Wisconsin, algures no Norte da América.

E, no entanto, estas declarações de Noam Chomsky dão que pensar:

«In Egypt the working people are fighting to gain rights. In Wisconsin, in the richest country in the world, the working people are struggling to defend rights that are being destroyed and it's the Egyptians expressing solidarity with us...»



(Chomsky também, numa longa entrevista, em que fala de Wisconsin e não só - parte 1 e parte 2.


Este vídeo de anteontem fala por si.




E vale a pena ler um longo texto de Paul Krugman, publicado no New York Times - «A disputa pelo poder em Wisconsin».

«Na semana passada, diante das manifestações de protesto contra o novo governador antissindical de Wisconsin, Scott Walker – manifestações que prosseguiram no fim de semana, com grandes multidões no sábado – o deputado Paul Ryan fez uma comparação não intencionalmente adequada: “É como se o Cairo tivesse se mudado para Madison”.

Não foi a coisa mais inteligente para Ryan dizer, já que provavelmente não queria comparar Walker, um companheiro republicano, a Hosni Mubarak. Ou talvez quisesse –afinal, um bocado de conservadores proeminentes, incluindo Glenn Beck, Rush Limbaugh e Rick Santorum, condenou o levante no Egito e insistiu que o presidente Barack Obama deveria ter ajudado o regime de Mubarak a reprimi-lo.

De qualquer forma, Ryan estava mais certo do que imaginava. Pois o que está acontecendo em Wisconsin não envolve o orçamento estadual, apesar do faz de conta de Walker de que está apenas tentando ser fiscalmente responsável. Trata-se sim de disputa de poder. O que Walker e aqueles que o apoiam estão tentando fazer é tornar Wisconsin – e posteriormente os Estados Unidos – menos uma democracia funcional e mais uma oligarquia ao estilo do Terceiro Mundo. E é por isso que qualquer um que acredite que precisamos compensar o poder político das grandes corporações deve ficar ao lado dos manifestantes.»

(Continuar a ler aqui.)
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