6.5.11

Ai, o tempo…


José Milhazes transcreveu hoje no Facebook uma mensagem recebida de um amigo russo:

«Em Portugal, na cidade de Leiria (120 km a norte de Lisboa) vende-se um estádio de futebol com 30 mil lugares e todos os parques e construções adjacentes, bem como o clube de futebol da 1ª Divisão "Sad da União" (Leiria). E tudo isso por... 1,5 milhões de euros. Um estádio com clube ao preço de uma casa nos arredores de Moscovo.»

Talvez por ter estado a ler, até às tantas, mais uns capítulos do livro da Raquel Varela, dei por mim a imaginar como reagiríamos se tivéssemos lido uma notícia destas durante o PREC…

Já agora: o que diziam os jornais em 6 de Maio de 1975? (*)
«Eram 22 horas. Salgado Zenha, Alegre e Alberto Antunes chegam a pé, vindos da Avenida da República, em Lisboa. No interior da sede do PCP, na Rua António Serpa, esperam-nos Cunhal, Pato, Carlos Brito e Carlos Costa. “Estamos à procura de formas de cooperação”, declarou, no final, o líder do PCP. “Foi um primeiro e importante passo”, resumiu, por seu lado, Salgado Zenha. O comunicado conjunto será um pouco mais preciso: “As delegações manifestaram-se pela cooperação dos dois partidos e pela firme defesa das liberdades e das conquistas alcançados desde o 25 de Abril, designadamente as nacionalizações e as medidas de reforma agrária.»

Nem mais. Tão improvável como, daqui a algumas décadas, o FMI 2011 nos parecer uma miragem e termos dinheiro para comprar o Bundestag.

(*) Adelino Gomes e José Pedro Castanheira, Os dias loucos do PREC, Expresso / Público, Lisboa, 2006, p. 106.
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