15.7.11

Heranças que se arrastam?

@Paulete Matos

Quatro países periféricos da zona euro, hoje especialmente atingidos pela crise – Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda –, foram governados por ditaduras ou sistemas autoritários de extrema-direita durante décadas do século XX. Apesar dos progressos registados desde que esses regimes terminaram, eles foram determinantes para que esses países sejam ainda hoje pobres quando comparados com grande parte dos seus parceiros europeus (com um PIB bem abaixo da média registada na Europa dos 15).

Além de pobres, tratava-se de Estados altamente repressivos e com pouca sensibilidade social. Isso continua a reflectir-se no facto de serem, também na Europa das 15, aqueles que têm mais polícias por habitante e menor percentagem da população envolvida em actividades ligadas ao bem-estar (saúde, ensino, etc.).

Mais uma achega para percebermos porque estamos onde estamos…

(A partir de um texto de Vicenç Navarro, Las causas políticas de la crisis.)
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5 comments:

Anónimo disse...

É de facto uma infeliz semelhança e se juntarmos a Itália até ao final da 2a Guerra são cinco. No entanto já passou imenso tempo e quase todos esses países já tiveram governos socias democratas, socialistas, comunistas, etc e parece que pouco ou nada mudou. Já só a aEspanha tem um governo de esquerda e esse mesmo tem os dias contados. Julgo ser mais quma questão cultural que política.

Quanto a haver mais policias por habitante é curioso, mas a nossa justicinha portuguesa está-se a encarregar de diminui-los. Soube da condenação dos dois policias pelo espancamento de um estudante (que era uma jóia de pessoa) no Bairro Alto? Ser policia num país onde só os criminosos têm direitos é que faz envergonhar ser português. Essa noticia felizmente já está a percorrer órgãos de comunicação social na Europa, pelo menos os independentes e é bom que toda a gente o saiba e se choque com esta Justiça que nós temos. Um país onde os pedófilos estão em liberdade e os policias são presos. Mais uma vitória para o anarquismo. Mais passo para o precipício.

Miguel Madeira disse...

Não sei se a Irlanda está aí bem metida. O De Valera se calhar foi daqueles políticos que só não foi fascista porque não o deixaram (outro exemplo poderia ser o De Gaulle?), mas eu não o poria no mesmo prato que o Salazar, o Franco ou os coronéis gregos.

luis reis disse...

Com que então mais cultural que politica.è assim do tipo esses paises coitados já estão muito a que os seus povos "assimilem" com "naturalidade" as ditaduras.
É normal,não é?Estão habituados.
Por isso é que é preciso a mão forte da policia,e da esquadra das Merçes,que tão boa conta de si, tem dado ao longo destes anos...
Claro que a "anònimo", corajoso, até sabe a história toda!Por quem?Ora,pelos téléles. O "anónimo",considera irrelevante,ter existido provas de espancamento e a punição de dois policias.O "anònimo"desconhece, quantos policias foram efectivamente condenados, por más práticas no uso da sua actividade.Sabe?Duvido.O que o "anónimo" sabe é que o espancado era uma "joia de pessoa", e por isso, nada mais natural, que ser sovado.Digamos que é assim,mais ou menos, como uma prática "preventiva"...
pois não vá isto cair na "Anarquia".Realmente tem razão o "anónimo",trata-se de cultura...

Joana Lopes disse...

De acordo, Miguel Madeira.

De acordo também com o Luís Reis: por uma vez que polícias foram condenados, quando se sabe que há um sem número de casos de abuso de poder concretizado em violência, assistimos até a uma baixa colectiva de colegas por solidariedade!

luis reis disse...

"Já só a Espanha tem um governo de esquerda e esse mesmo tem os dias contados"
Sabe o " anónimo ". que Busch teve a minutos de mandar pelos ares um avião de Ibéria?Não?Como estava hoje o P.P.?É a cultura politica estupido.....