24.7.11

O valor de um suicídio


Sabe-se agora que Salvador Allende se suicidou, em 11 de Setembro de 1973, durante o ataque ao Palácio de la Moneda, em Santiago do Chile. Uma equipa internacional de peritos assim o concluiu, por unanimidade, depois de exames que se seguiram a um nova exumação do seu corpo, que teve lugar no passado mês de Maio.

Allende tinha afirmado, bem antes, que estava a cumprir um mandato dado pelo povo e que só sairia do palácio depois de o cumprir. Ou que o faria «com os pés para diante, num pijama de madeira». Assim aconteceu.

Foi um suicídio moral de quem vivia a política com paixão. Uma história tremenda de um «eterno romântico» que tinha uma família que amava, que gostava de música, de poesia, da vida. Mas que sabia encarnar um sonho colectivo, num esforço hercúleo para pôr fim à situação de injustiça em que viviam milhões de chilenos e chilenas.

E o seu sacrifício não foi inútil. Ele constitui, ainda hoje, uma fortíssima mensagem para as novas gerações que enchem – e de que maneira – as ruas de Santiago e do resto do Chile. »Allende Superstar», como muitos lhe chamam.

(A partir deste texto, a que cheguei via Mariana Avelãs no Facebook.)
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