28.9.11

Atenas, onde se ri de desespero


«Ela ri-se. Ainda se encontram pessoas que riem nos cafés. Muitos cafés estão cheios. Ir ao café é um acto de rebelião, contra estes dias que nos enlouquecem, contra estas manhãs em que sabemos, mal abrimos os olhos, que estamos um pouco mais enterrados no buraco em que sentimos aumentar o pânico. Estão sentados à frente de uma chávena de café ou de um copo de água, muitas vezes durante horas, o olhar preso a esta cidade que lhes é cada vez mais estranha e a este país que lhes escapa. “Vocês, os alemães, vão apanhar cogumelos para a floresta”, diz Ersi Georgiadou, “Nós vamos ao café. É a única coisa que nos resta”.»

(De uma reportagem publicada em Presseurop)
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