21.9.11

Em jeito de balanço


Já na ponta final da viagem, quase a deixar o Azerbaijão, todo o meu espanto vai para o culto da personalidade de Heydər Əlirza oğlu Əliyev, pai do actual presidente e quem primeiro tomou as rédeas do país depois da independência, em 1991 - omnipresente em estátuas, nomes de teatros, títulos de jornais, iniciativas socioculturais, etc., etc., etc. «Nós chamamos-lhe avô», diz-me uma das poucas empregadas do hotel que fala inglês.

Para além de todo o resto, presidência hereditária, portanto (mas onde é que já vimos este filme?...) Este país ainda não aprendeu o que devia nem se libertou da história recente, entrou (e de que maneira…) no consumismo e não fez desaparecer o resto. De certo modo, parece estar a querer guardar o pior de dois mundos!

No fim de mais uma das minhas jornadas, e deixando Istambul entre parêntesis porque é um caso especial, o meu conselho a potenciais viajantes é que incluam o Uzbequistão nas agendas (e rapidamente, antes que grandes invasões turísticas encham o Registan de Samarcanda como a Praça de S.Marcos em Veneza), mas que se sintam dispensados de vir a Baku, a não ser que fique mesmo em caminho ou que negoceiem em petróleo. A cidade é agradável, mas não mais do que isso, e ne vaut pas le détour, como rezam os velhinhos Guias Michelin.

Amanhã… será o inevitável regresso.
.

2 comments:

Anónimo disse...

olá
Essa "rapaziada" dessa zona tem uma tendência para o culto da personalidade. Na Turquia o Ataturk é venerado e o obreiro de tudo.
Requer no mínimo, alguma atenção.
JM

Paula Calhau Silvestre disse...

Absolutamente de acordo. Para além do "culto" do avôzinho, a arrogância e o novo-riquismo são de fugir a sete pés. Azerbeijão? Não obrigada!