«O acordo alcançado esta madrugada pelos líderes da zona euro vai de encontro às piores expectativas. (…)
Naquilo que é estrutural nesta crise, ou seja, os desequilíbrios externos dentro da zona euro e a necessidade de uma estratégia de crescimento económico articulada, nada é dito ou feito. Esta não é uma crise da dívida pública. Esta é uma crise do euro.»
Nuno Teles, Péssimo acordo
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«Os títulos da dívida grega valiam virtualmente zero. O que a UE ontem fez foi assegurar aos seus detentores metade do seu valor nominal. Alguma coisa é melhor que nada. Mais uma vez, o socorro aos credores foi disfarçado de auxílio aos devedores.»
João Pinto e Castro, Uma história mal contada
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«A sentença lavrada esta semana na cimeira de Bruxelas - que os bancos estão obrigados a uma rápida recapitalização que os ponha a salvo de impactos sísmicos à escala de todo o sistema - é um capítulo novo nesta novela em que o vilão exige que o tratem como herói. (…)
Só um tão geral esquecimento de como foi que chegámos aqui permite que o primeiro-ministro diga ao País, sem que isso cause escândalo social, que "só vamos sair da crise empobrecendo". Passos Coelho afecta milhares de milhões de euros dos nossos impostos, dos nossos salários, dos cortes nos nossos serviços de educação ou da saúde, ao buraco sem fundo do BPN e é a nós que diz que temos de empobrecer se queremos sair da crise.»
José Manuel Pureza, A revisão da história
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«Cortes de despesa, perdão da dívida à Grécia, aumento das reservas de capital dos bancos e um maior FEEF são intervenções que se supõe instilar confiança na capacidade de crédito da Europa. Se isso vai resultar, é duvidoso. É provável que cada uma dessas medidas aumente ainda a desconfiança.
Porque, com o corte da dívida, os políticos evidenciam estar a rever a sua posição anterior de que os programas radicais de austeridade estariam mesmo a funcionar. A recapitalização dos bancos contradiz a garantia anterior de que o sistema bancário tinha robustez suficiente. Ao autorizar o FEEF a apoiar os bancos, estão a abandonar a afirmação de que a tal recapitalização seria suficiente para os proteger contra a crise.»
Stephan Kaufmann, O falso resgate do euro.
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