10.11.11

Janela para o espelho


Escorre o sol e leva os restos das sombras deixados pela noite.
As carroças puxadas por cavalos recolhem, de porta em porta, o lixo.
No ar, a aranha estende os seus fios de baba.
Parafuso caminha pelas ruas de Melo. Na aldeia, é tido por louco.
Leva um espelho na mão e vê-se nele com uma expressão fechada.
Não tira os olhos do espelho.

- O que está a fazer, Parafuso?
- Estou aqui, responde. A controlar o inimigo.

Eduardo Galeano em As Palavras Andantes
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1 comments:

via disse...

bem, parafuso, genial.