5.11.11

Nada mais reconfortante do que chegar tarde a casa às tantas e ler, preto no branco, o que se andou a tentar digerir durante quase 24h

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«Personalidades de esquerda subscreveram uma petição que, independentemente das intenções, aceita um enquadramento do debate que garante estruturalmente a derrota de qualquer projecto progressista. As convergências são mais do que nunca necessárias, mas o problema é a seguinte hipótese: “Os signatários reconhecem a necessidade de medidas de austeridade para o saneamento das finanças públicas e que a redução do défice se faça prioritariamente do lado da despesa.”

Quem aceita esta hipótese no actual contexto tem de aceitar, até tendo em conta a estrutura das despesas públicas, a austeridade em vigor e as suas desastrosas e inevitáveis consequências socioeconómicas: o desemprego de massas, em primeiro lugar, a erosão progressiva do Estado social, em segundo, a desvalorização salarial generalizada, em terceiro. Não há austeridade digna. Não há austeridade justa. E, obviamente, nem sequer há saneamento das finanças públicas com a recessão profunda que assim se engendra.»

João Rodrigues, no Arrastão.
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