Não sei se a campanha que a Benetton lançou «Contra o Ódio» alcançará o objectivo anunciado, mas uma coisa parece certa: com meia dúzia de cartazes, chamou a atenção do mundo, chocou talvez homofóbicos (Obama a beijar Hu Jintao e Chávez?!...) e, sobretudo, sobressaltou o Vaticano, nada preparado para ver o representante de Deus na terra a beijar na boca o Imã do Cairo.
De acordo com a Benetton, as imagens de reconciliação entre líderes mundiais, de opiniões habitualmente discordantes, são símbolos que estimulam a reflexão sobre o diálogo como modo de superar divergências.
Não consta que a Casa Branca ou outros tenham reagido, mas Roma ameaçou com tribunal, a empresa italiana retirou da campanha o cartaz e pediu desculpa.
Regressa a sensação do dejà vu, em todo o seu esplendor. Pode-se utilizar tudo e todos os senhores da terra, a brincar ou a sério, mas não é permitido tocar em religião ou nos seus dignitários, seja em Maomé com caricaturas, no nariz de João Paulo II com preservativos ou na boca de Bento XVI.
Sociedades laicas e empresas comerciais recuam, pedem desculpa e ajoelham-se. É assim.
Sociedades laicas e empresas comerciais recuam, pedem desculpa e ajoelham-se. É assim.
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3 comments:
Mas subtilmente não haverá uma dissimulada campanha com fins muito diferentes dos que se anunciam?
É que há lobys que para atingir certos fins não recuam em misturar alhos com bogalhos.
Acredito que sim e a Benetton quer é mercado: mas, mesmo que assim seja...
O fim mercantilista da benetton é natural e obviamente um fim.
Portanto aí não existe qualquer subtileza nem tal será necessário pelo criador do anúncio.
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