Se este mês de Novembro nos parece agitado, não me canso de recordar como ia este país, há 36 anos, a poucos dias do fim do PREC.
Tal como «Olhe que não!» do debate entre Cunhal e Soares, também «O povo é sereno, é apenas fumaça!», de Pinheiro de Azevedo, entrou para a pequena história que nos ficou dessas semanas.
No dia 9 de Novembro de 1975, PS e PPD, secundados por CDS, PPM e PCP de P-ML, convocaram uma manifestação de apoio ao VI Governo Provisório e ao primeiro-ministro. O Terreiro do Paço encheu-se mas ninguém recordaria hoje o facto (todos os espaços se enchiam, dia sim, dia sim…) sem as granadas de fumo e de gás lacrimogéneo que deflagraram (mais alguns tiros) durante o discurso de Pinheiro de Azevedo contra as forças à esquerda do PS.
De autoria não muito clara e objecto de acusações cruzadas, foi susto para muitos e gáudio para quem não apoiava a dito VI Governo – as granadas de gás lacrimogéneo funcionaram como hackers numa versão anos 70…
De autoria não muito clara e objecto de acusações cruzadas, foi susto para muitos e gáudio para quem não apoiava a dito VI Governo – as granadas de gás lacrimogéneo funcionaram como hackers numa versão anos 70…
Tudo isto em vésperas da independência (pouco pacífica) de Angola e do cerco à Assembleia, levada a cabo por operários da construção civil em greve.
O quotidiano era tudo menos monótono e nem dá para imaginar como teria sido se já existissem então Blogues, Twitter e Facebook!... E como pareceria surreal se alguém tivesse previsto, nesse dia, que exactamente 14 anos mais tarde cairia o muro de Berlim...
P.S. - Para os mais curiosos, o episódio relatado no Diário de Lisboa:
(Clicar e ampliar para ler)
P.S. - Para os mais curiosos, o episódio relatado no Diário de Lisboa:
(Clicar e ampliar para ler)
.
0 comments:
Enviar um comentário