16.1.12

Dito por aí (11)

@João Abel Manta

«Que pensaria um cidadão comum se alguém em quem tivesse confiado e com quem tivesse feito um acordo, apanhando-se com o acordo na mão, violasse todos os compromissos assumidos fazendo exactamente o contrário daquilo a que se comprometera? (…)
Quando os eleitos actuam impunemente à margem de valores elementares da sociedade como o da honra e o do respeito pela palavra dada não é só o seu carácter moral que está em causa mas a própria credibilidade do sistema democrático.»
Manuel António Pina, A honra perdida da política

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«Nada de bom se pode esperar de um Sarkózy desesperado, e de uma Merkel aterrorizada na sua ilha, que se afunda carregada com as poupanças de europeus em fuga para sítio nenhum. A Europa poderia ter um futuro. Federalismo, com prosperidade. União política, com confiança. Em vez disso está mais perto da implosão, da pobreza, e das baionetas. Os mercados não são o inimigo. A estupidez política, sim. Mas como poderemos vencer uma força contra a qual, como escreveu Schiller, até os deuses lutam em vão?»
Viriato Soromenho Marques, O eixo partido

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«Par comparaison, le naufrage du Costa Concordia précise notre image de l'autre naufrage, celui de l'euro. L'orgueil est le même, qui inspira les deux chantiers. Et sans doute à l'arrivée le bilan sera-t-il comparable : gros dégâts matériels, film impressionnant rejoué en boucle, énormément de peur, mais moins de mal.
Pour le reste, ce sont les différences qui frappent. Si quelques minutes ont suffi à couler le paquebot, le naufrage de l'euro, lui, n'en finit pas. C'est une catastrophe à épisodes, permanente, interminable. La coque n'en finit pas de se déchirer sur le récif, centimètre par centimètre, tandis que l'équipage multiplie les consignes incohérentes, ébloui par le phare des naufrageurs de Standard & Poor's.»
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